segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A Insistência da vida_ Uma viagem Chamada Brasil



A INSISTÊNCIA DA VIDA

Clevane Lopes *
Fotos:Autógrafos:A querida D.Margarida, o Sr.Albert bauer, fotógrafo e violinista,Bauer e , de verde, a neta escritora, Engenheira Ana Luiza Camargo, minha sobrinha emprestada pela vida, do coração.

D.Grete (margarida), toma sorvete na Alemanha, em uma das viagens de visita.


A Guerra é uma situação de Labirinto...Dentro, pode-se ir de um lado para o outro, aprisionados pelas circunstâncias.Mas sempre há uma saída, embora muitos
se percam e não o saibam. Muitos perecem nas circunvoluções do espaço.
Nessa história, os personagens, galhardamente, a encontraram...
Clevane


"A INSISTÊNCIA DA VIDA"

Clevane Pessoa de araújo lopes

Biografias são sempre interessantes, embora algumas possam ter um feitio um tanto quanto enfadonho. Não é o caso de "A INSISTÊNCIA DA VIDA-UM PILOTO ALEMÃO NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E O VÔO CHAMADO BRASIL", livro publicado em 2005. Saber sobre a crua realidade da Segunda Grande Guerra Mundial e seus permeios humanos, através da fala dos protagonistas é, sem dúvida, uma presente a mais ao leitor.

A autora, Ana Luiza de Brasil Camargo, escreve muito bem. A fluidez de sua narrativa nos convida a ler sempre mais - e quando o livro acaba, temos a sensação de querer mais. A jovem biógrafaa é engenheira agrônoma, Mestre em Engenharia de Produção (pela UFSC) e teve o insigth de escrever a vida de Albert Bauer, que foi piloto da Luftwaffe, a Força Aérea Alemã, sua história de amor e lealdade a Grete Bauer, sua esposa. São os avós maternos da autora, seu "opa" e sua "oma".

Albert Bauer esteve em ação na França, na Rússia, sendo piloto até quando se acabou o combustível de reserva. Militar, cumpriu suas obrigações. Ana Luiza comenta sobre seu avô, na contracapa: "sobreviveu ao regime nazista, a uma condenação sumária de morte, à segunda Guerra Mundial, à Alemanha destruída. Uma grande parte de sua vua vida e de suas experiências não pertence somente a ele, mas também à história.

A INSISTÊNCIA DA VIDA celebra a HISTÒRIA e, sobretudo, a VIDA. A vida daqueles que sobreviveram à maior guerra de todos os tempos e puderam contar um pouco do que viram, do que sofreram, do que sabem. Contar um pouco das lições da guerra e dos sonhos de PAZ".(*)

Casados aos vinte-e-um anos, em plena guerra, os dois vivem situações peculiares, singulares, por causa da situação de seu país na guerra - e dessa união, nasce-lhes Renate, que depois, já no Brasil, casa-se com engenheiro brasileiro e têm três filhos, duas moças e um rapaz.

Ana Luiza, a primogênita, tem o dom de escrever e filosofar. Resolve então, registrar a história legítima de sua família e passa a ouvir o avô e a avó e colher deles suas lembranças.

O livro tem um feitio interessante, dois pratos de uma mesma balança: dois membros de uma mesma história, cada qual com seus produtos de lembrança no seu. No produto final, as balanças se equilibram, pois os iniciadores dessa família nuclear contam, afinal, uma mesma história. Do lado de Albert, o pensamento masculino, os combates, a visão ativa da guerra. Do outro, o de Grete, chamada por ele Gretl, o pensamento feminino, as dificuldades de sobrevivência, a amorosidade, a persistência, a sensibilidade, apesar de tudo. Gretchen, seu nome de batismo,j á estava moça, quando seu patrão falou-lhe algo a respeito de um grande empresário com o mesmo sobrenome dela, "Steilein". Mais tarde, sua tia Sophie, contou-lhe algo que o pai dela não lhe revelara:a família tinha ascendência inglesa e eram descendentes de judeus ingleses, que, no século XIX, haviam chegado à Alemanha. Tranquilizou a sobrinha dizendo que , devido ao distante grau de ascendência, estavam "fora da linha de perseguição".

Gretchen Bauer nasceu em 1923, na cidade de Neustadt am Kulm. Albert nasceu também em 1923. Em Schwarzhofen(perto da fronteira Alemanha/Tchecoslováquia).

Esse romance duplo-auto- biográfico, é escrito por alguém que desde muito se interessara em fazer chegar aos descendentes, a verdadeira história de seus avós. Ela é o veículo, com sua bela palavra escrita, da oralidade memorial dos pais de sua mãe. O esquema é interessante: um fala, outro fala, em subseqüências, sobre lembranças formando retalhos. Claro, é batida a imagem de colcha feita de pedaços, mas o livro é exatamente assim. Cada flash de lembrança, é relatado até que as gestalts se fechem. Então, o outro fala de mais uma relembrança e assim sucessivamente. Urdidura e tessitura.

Albert Bauer contava dez anos de idade, quando, em 1923, o NSDAP(Partido Nacuional-Socialista dos trabalhadores Alemães), o partido nazista, sobe ao poder. Ele conta que a maioria das pessoas tinha as bandeiras nazistas colocadas em portas, janelas, e havia até quem possuisse mastros grandes, para que hasteasssem a sua diariamente. As propostas do partido pareciam interessantes e tinham muitos simpatizantes ."Contudo, muitas pessoas não simpatizavam com o partido nazista, principalmente por seus métodos de coerção", conta Albert.

A autora coloca, na primeira pessoa, toda a fala, e depoimentos do casal protagonista. Às vezes, estavam falando em português e pensando em alemão, contou-me ela. Um belo trabalho de paciência e afetividade, curiosidade e honestidade. O livro é tão bom, que deveria tornar-se um filme, um longa, ou curtas, com várias das muitas histórias nele abertas. Tornar-se talvez uma mine-série, ou estar ao alcance de muitos leitores. Foi edição do autor, pequena, e ela lutou bastante tentando convencer algumas editoras a publicá-lo, mas acabaram por financiar a própria edição.

Albert narra que as crianças e jovens "da dez a dezoito anos, de toda a Alemanha, tanto os meninos quanto as meninas, tinham de entrar para as turmas da juventude hitleriana". Os uniforme mudavam com a idade. Tanto os filhos de quem simpatizava quanto os dos demais, eram colocados no Partido. E completa: "O poder de coerção do governo era tão grande que muitos preferiam seguir as regras do jogo e ficar quietos, para assegurar a vida de todos em suas famílias."

Em suma, Albert e Grete eram dois jovens autênticos, que conheceram o amor e se casaram numa época cuja condição de vida era essa, para os alemães. Mais tarde, militar, Albert recebe treinamento e se torna piloto. Narra, de forma concisa e real, todas as nuances da guerra, dos bombardeios, as mortes, os escapes, as condições duras e muitas vezes cruéis, desnecessárias ... Há fotografias e é tocante uma em que ele está ao lado de seu colega Hans Schobert, na Normandia, que morre momentos depois. Aliás, nos tocam todas as fotografias, onde vemos desde o casal criança até à vida adulta e, já idosos, ora em viagem, na terra natal, ora na noite de autógrafos.

Depois de todas as situações causadas pela guerra, o casal resolve vir para o Brasil, trazendo a Sra Marie, mãe de Albert, pois estava com prognóstico de seis meses de vida, caso não buscasse um clima mais quente. Aqui, viveu mais vinte anos, delicada qual uma porcelana de Dresden, no seio da família. Quando eu ia visitá-los, ela sorria apenas, pois não falava português, os olhos brilhando porque eu era amiga de sua netinha querida, de talhe similar ao seu. Eu ficava encantada: vestida com seu avental xadrêz, cuidava de gansos(ou patos?preciso perguntar); das penas deles, eram feitos os maciíssimos edredons da família. Eu via nela o pedaço da Europa, ali, à minha frente. O tio do Sr. Albert era padre em Iúna, pequena cidade do Espírito Santo e os convidara para vir. Viveram lá situações difíceis, algumas perigosas e no mínimo curiosas. Sempre tenazes. Sempre capazes.

De Iúna, mudaram para Juiz de fora, cidade onde Albert Bauer exerceu exitosamente a profissão de fotógrafo, ajudado por "D .Margarida", o nome brasileiro de Grete. Foi aí que Renate estudou, conheceu Celso Brasil, estudante de engenharia e com ele casou-se, constuituindo família.

Aos poucos, contarei detalhes outros de sua vida intensa, muito rica de conteúdos e situações ora dramáticas, ora românticas, ora tristes, ora hilárias, mas sobretudo, o livro escrito por sua neta, revela uma grande história de amor familiar. O amor de Marie Bauer por seu filho e de Albert por ela, incondicional e belo, o do casal entre si que enfrentaram separação, medo, numa lição ímpar de coragem e dinamismo; o deles pela única filha, Renate, uma ponte entre dois mundos, que se casa com brasileiro. Quando o esposo engenheiro, em 1975, recebe proposta para ir trabalhar no sul do Brasil, ela que deixara pequenina o solo pátrio com seus pais e sabe o quanto essa união com eles é sólida e importante, impõe essa bela e e profunda condição: "Só se meus pais forem juntos". Como colocar espaço geográfico entre os pais e ela, se conhecia a dor de sua própia mãe por ter deixado os parentes na Alemanha?

Acabaram morando em Florianópolis, cercados pelas netas, o neto e quatro bisnetos. Eu já recebera este livro, carinhosamente autografado, quando a guerreira D.Margarida se foi. Passou para outra dimensão, depois de cumprir não um, mas vários ciclos de vida.

Quando, ao chegar em Juiz de Fora, Minas Gerais, passou a distribuir as fotografias que o marido tirava, mal falava o Português, mas chegava com um grande sorriso , dizia um "Bom Dia ", com um adorável sotaque e não havia quem não quisesse as fotos muito bem clicadas e reveladas, em preto e branco - foi assim que a conhecemos, quando veio trazer as fotos de meus manos Cleone e Máximo, batidas no jardim de Infância Mariano Procópio. E minha nãe a elegeu para amiga.

Eles estiveram presentes em todas as datas importantes de minha vida. Mais tarde, quando militava na imprensa de Juiz de Fora, pedi ao diretor da Gazeta Comercial, o Sr.Théo Sobrinho, que acatava todas as minhas reivindicações, para pagar ao Sr. Bauer como free lancer e ele passou a me acompanhar para todos os lugares, por isso, em meu e-book, "Nas Velas do Tempo", onde conto algumas histórias vividas na Ditadura Militar , ele aparece, inclusive tendo a querida e imprescindível máquina tomada por agentes do DOPS à entrada da palestra de Juscelino Kubtscheck, após o exílio. Esse e-book está aqui, em "E-LIVROS".

Renate estava casada e muitas vezes, dormi em seu quarto, pois mamãe queria que eu distraísse D.Margarida(Grete), das saudades da filhota. Apesar deles gostarem do genro, um filho para os sogros, sempre haviam tido a filha perto de si.

Albert Bauer fotografou meus manos em festas juninas, formaturas e fez muitas fotos de meu maninho Jr, que nasceu com síndrome de Down. Ele possuia uma máquina alemã e uma russa, suas fiéis companheiras. Para sustentar bem sua família, ia aos casamentos, fazia as fotos inusitadas, revelava-as em casa e depois, antes que os outros profissionais fossem levar seu trabalho, chegava a alegre esposa e vendia as fotos.

A carreira de fotógrafo em Juiz de Fora, começou num insight: assim que chegaram a Juiz de Fora, foram passear, conhecer a cidade. Em um bairro com belas casas, ele teve a idéias de fotografá-las. Em um laboratório montado no banheiro, fez as fotos. Enquanto foi trabalhar, em uma fábrica, a metalúrgica Santos Dumont, a esposa, conforme combinado com ele, após decorar algumas palavras, foi vendê-las. Eram três dúzias. Ela vendeu trinta e cinco. Quem resistiria à sua simpatia? Foi uma Grete sorridente que ele encontrou ao sair do trabalho, feliz com o resultado.

Jamais vi um casal assim trabalhador: a confortável casa que depois construíram no Bairro Industrial, em Juiz de Fora, e que me encantava, construíram sozinhos, com o auxílio de seu amigo Franz. Sabem o que é fazer tudo - até uma forma para construir os blocos e erguer as paredes? Móveis lindos e funcionais, lambris, bom gosto...

Quando Ana Luiza, a quem fui visitar tão logo nasceu, uma bebezinho encantador, encontrou-me pela Internet, vibrei, pois,casada também com engenheiro, mudei muito de Estados, acabei por desgarrar-me dos endereços deles.

Lamento apenas que não haver começado a escrever antes, para D.Margarida ler esses comentários. Mas a autora, que passou a trocar e-mails comigo, lia para a família os meus e eles ficaram felizes por termos nos reencontrado. Eu pretendia ir a Santa Catarina: a Florianópolis visitá-los, a Timbó, para conhecer a Casa do poeta Lindolf Bell (um Centro de Memória ), um de meus poetas prediletos e ir a Blumenau, entrevistar Rafaela Hering Bell, sua filha e Diretora do MAB(Museu de arte de Blumenau). Não foi possível viajar quando foi inaugurada a praça do poeta Lindolf Bell, assim, não pude abraçar minha querida D.Margarida, que eu cito em versos e em prosa, há anos. Uma espécie de tia emprestada pela vida.

Considero-me orgulhosa e feliz porque Ana Luiza, por extensão, uma sobrinha querida, escreve também. E como escreve bem!

A Memória familiar deve ser preservada e poucos dão-se conta da importância de se repassar, às novas gerações, a verdade. A familiar, a histórica. Isso, há sobejamente em " A INSISTÊNCIA DA VIDA".

Todavia, não se trata apenas de preservação para família. Muitas espécies de leitores seriam muito beneficiados nessa leitura:os historiadores realmente interessados nessa época angustiante da II GG, deveriam ler sobre os conflitos, as razões, as devastações, as reconstruções. Os espiritualizados, por certo, seriam levados a reconhecer a existência dos muitos milagres, a força da esperança, a energia vital INSISTINDO, mudando, derrubanmdo barreiras. Os românticios, capazes a vivenciar emocionalmente, o protagonismo de uma história de Amor, dos caminhos do amor genuíno, incondicional. Os filosófos, por certo gostariam de conhecer a tenacidade, a visão ampla e irrestrita, a análise neutra das causas dessa Guerra. E, é evidente, os especialistas em situações bélicas, entenderiam melhor a extensão e as conseqüências de uma guerra. Os psicólogos, assim como eu, têm uma rica fonte de estudos do comportamento humano. Mas por que uso o condicional? É que o livro não está à venda. As procuradas editoras não se abriram para esse trabalho importante e comovente. Então, saiu uma pequena tiragem, já esgotada, em "edição do autor", financiada pelo próprio protagonista. Eu própria, recebi o último abençoado exemplar. Que pena... mas um dia, alguém há de descobrir essa fonte de história e milagres. Ou, se preferirem, sorte, mas tudo argamassado na tenacidade, um dom e uma qualidade que falta a muita gente.

Mas o mais importante, sempre será: se é uma história sobre a guerra, é sobretudo, uma história que prova: o amor existe, o amor cura, o amor une, faz sobreviver... E é confortador demais saber que sai da segunda geração, uma neta, que passa meses ouvindo, recolhendo, consultando, interpretando, escrevendo e nos dá esse belíssimo livro. A voz dos mais velhos, fala em suas palavras. Ipsis Literis.

29/01/2007, Belo Horizonte, MG, Br

Neste ano de 2007, a amiga D.Margarida passou para outra dimensão, de onde deve estar rindo seu grande riso, sorrindo seu amigável sorriso e ,cor-de-rosa, vela pelos que aqui deixou.Antes, teve toda a necessária lucidez para narrar á neta Ana Luiza, o lado feminino dessa história de Guerra e Amor.Sobretudo, Amor...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

O Homem do Antúrio Branco




23/10/2007 10h17

Fotos;Gabriel, com os aldravistas JBDonadon-Leal, Andréia Donadon,JSFerreria, Maria Antonia e Stella Leonardos, na ABL.



O Homem do Antúrio Branco

Clevane


Gabriel Bicalho está feliz , com seu Prêmio

Mauro Mota, que recebeu, conforme já

noticiado aqui, na ABL.

Recebo a doce carta virtual/real e ,comovida,

percebo e o fremir de suas asas de Poeta



gabicalho
para clevaneplopes@gmail.com
cc Pessoa Pessoa
data 22/10/2007 12:33
assunto Divulgação Prêmio mauro Mota de Poesia UBE 2007
enviado por terra.com.br

/////////////////////////////////////////////////////////

"Querida amiga, Clevane Pessoa:

Obriga-me o coração a agradecer-lhe tanto carinho e apreço, manifestos na divulgação do recebimento do Prêmio Mauro Mota / UBE-2007, solenidade ocorrida nas dependências do Teatro R. Magalhães Jr., onde recebemos (nós, aldravistas que somos, nesta jornada impagável em prol da Cultura!) destaque extraordinário com a interpretação de meu poema "a magia da roça".
Foram momentos inesquecíveis a um poeta, cuja pretensão maior é a de situar-se através de palavras escritas, neste mundo velho de guerras. Então, ser agraciado com um Prêmio tão distinto, que traz em seu bojo a merecida homenagem ao grande Poeta MAURO MOTA cujos poemas sempre me encantaram, desde menino, pela técnica impecável e inspiração elevada, repletos de imagens apuradas e buriladas no labor daquele que soube fazer versos tão raros e como tão poucos os conseguem fazer, é uma HONRA enorme e com letras maiúsculas!
Cá estou, bastante cansado e deveras embevecido, como menino bobo e do interior que chegasse à capital das Letras para receber aplausos e homenagens de pessoas generosas e tão importantes!
Toda essa festa me extasia e assusta-me a responsabilidade, como poeta mineiro interiorano que sempre fui, de mostrar a um público maior minha produção literária tão pequenina e tão insignificante! Mas, há de haver sempre um começo e vamos começar! "Ex-corde": muito obrigado, Clevane, por tudo quanto vem fazendo por mim e pelo Aldravismo!
Um abraço fraterno do

Gabriel Bicalho."

Sei que os Aldravismo será, daqui a certo tempo, reconhecido como uma grande e inovadora escola literária.É propícia ao dizer poético dos tempos modernos.Busca a sutileza quase oriental ,tanto para a representação pictórica quanto a literária.Na primeira, Deia Leal faz uma carreira rápida, como soi ser, nos tempos modernos, mas emergente de muita disciplina, trabalho e convicção estilística.
Nas Letras, em especial na poesia, faz parte do quarteto invencível, J.B.Donadon professor na UFOP e Doutor semiologia, marido de Andréia Donadon (a mesma "Deia Leal"); J.Sebastião
Ferreira
que vem de publicar agora pelo CLESI,em parceiria com
a editora ALDRAVA,
de Ipatinga,MG, seu Jenipapo, com versos adoráveis destinados ao público infantil.A precisão poética de Sebastião, nos impressiona, bem como sua poética social.
A entrevista que aqui fizemos com ele, foi muito degustada, inclusive por pessoas de vários países e grupos a quem enviei a página.
Donadon é
a essência do estilo aldravista em
pessoa.
Quem
lê o Jornal Aldrava, encontra, naquilo que escreve,toda uma filosofia de vida, um saber literário,a argamassa de um leitor cuidadoso e voraz (possui uma bilioteca de cerca de 5 0000 títulos).Bom conhecer quem acredita
no que faz.

Andréia, que é
a RP, a divulgadora do jornal Aldrava e do Aldravismo em todas as suas interfaces e transversalidades sempre me impressiona pela garra, possui o que hoje quase não existe mais :

polidez do verbo,a capacidade de detectar possibilidades e ir atrás,sem se importar com as dificuldades,o altruísmo...Escreve da mesma forma que pinta.Estilo singular e pleno .
Os aldravistas, contemplam, por excelência,
a metonímia,partem do mínimo para o máximo, sugerem , permitem entreteceres de imaginação e usam uma imbatível metodologia participativa, uma vez que o leitor, o apreciador poderá adentrar-se em sua obra e ali instalar seus própios conceitos.
Não é fácil ser simples, para um autor.E eles
o são.
Embora na cidade haja outros participantes do aldravismo, por exemplo, D.Hebe Rola,de quem , no Dia da criança, publiquei poema enviado por Andréia,Gabriel, Donadon, Deia e Sebastião, a meu ver, formam o que os orientais chamam de "quadrado perfeito" onde cada ser
está representado.A bico de pena, fiz para Estalo,a Revista,minha interpretação do quadrado perfeito, coloquei também a mulher num deles.
E vou agora fazer quatro, cada um a representar um dos autores citos.
Eles formam essa força absoluta, pois aldravismo é um
estilo de vida,além de uma corrente literária.
Gabriel Bicalho usou o pseudônimo de Antúrio Branco para concorrer.Trata-se de uma das flores mais resistentes
que se sabe existir, muitas vezes, pensa-se se é de borracha ou plástico, quais as das imitações decorativas.Resiliente e bela, existe nas cores vermelha, laranja e branco.Mas não é à
toa que o escritor tem nome de anjo, o guardião, o anunciador Gabriel, respeitado em muitas religiões.
E essa pessoa que se tem de esgrimar, o faz em paz,somente poderia nomear-se na cor branca,onde estão milagrosamente guardadas sete cores, reveladas pela magia milenar dos prismas de cristal.
Sempre digo que ,ao nascer, colocamos personagens e passagesn em nossa vida.Os que vivem mais décadas, conforme eu e ele,sabemos que, lá na frente , a sementeira floresce.Gabriel, na carta acima, diz que , desde menino, sempre admirou a poesia de Mauro Mota.E agora, sua obra "Beiral Antigo",recebe o prêmio com o nome desse autor.Anjo de Mariana:
a cumprir a missão inovadora de anunciar ,com simplicidade:
"Ad maiora natus sum".
Anjo hodierno,antúrio branco.Aldravista,bate à porta do novo para anunciar o aldravismo.
Sua batida tem a leveza e o entusiasmo de sua alegria, seus códigos de Poeta, pródigo no testemunho de seu estilo e na generosidade de suas ãcontecências.Somente neste ano, já recebeu dois grandes prêmios.Aplaudo-o, com minhas frágeis asas de borboleta.

E para que ele recorde ainda mais as impressões da alma nessa vivência linda, cercado de escritores e com seus amigos, o quadrado perfeito oriental, a máxima de Dumas para os Quatro Mosquiteiros("Um Por Todos, Todos Por Um"), onde a quarta personagem é mulher e mais jovem,e a repetição dos flashs,logo abaixo (página
do jornal Aldrava virtual).

Tenho a felicidade de ter nele, grandes amigos, apesar da distância, sentir abrigo em Mariana, no aldravismo ,nessas almas grandiosas.Principalmente, comovo-me com seu trabalho em levar Poesia e arte às crianças marianenses, para que cresçam sob o halo da beleza absoluta.

Parabéns, Gabriel Bicalho.Parabéns,aldravistas!


Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Belo Horizonte, MG,Brasil.
















Gabriel Bicalho recebe do Acadêmico Antônio Olinto, acompanhado do Presidente da UBE Edir Meirelles
e da Secretária da UBE Stella Leonardos

O poeta Aldravista GABRIEL BICALHO, mineiro de Mariana, recebeu no dia 19 de outubro, no Teatro da Academia Brasileira de Letras, Prêmio Mauro Mota de Poesia com a obra “Beiral Antigo”.
O Jubileu de Ouro em 2007 da UBE (União Brasileira dos Escritores) contou com a presença do escritor Antônio Olinto, membro da Academia Brasileira de Letras, representando o presidente Marcos Vinícios Vilaça e diversas personalidades culturais do Rio de Janeiro, Presidentes de Academias e representantes de outras entidades ligadas à cultura, letras e artes. A solenidade teve representação dos poetas aldravistas, Andréia Donadon Leal, J.S.Ferreira e J.B. Donadon-Leal.
No encerramento da premiação, o presidente da UBE, Edir Meirelles e a Secretária-Geral, Stella Leonardos fizeram deferência e destacaram o movimento aldravista como ícone da história literária e artística brasileira e homenagearam o poeta aldravista, Gabriel Bicalho, com a leitura declamada do poema “Magia da Roça”.
No próximo dia 29 de Outubro no auditório da Confederação das Academias de Letras e Artes do Brasil - RJ, os poetas aldravistas tomarão posse no Instituto Brasileiro de Culturais Internacionais – INBRASCI.



Mesa Diretora da entrega dos prêmio literários UBE/2007


Gabriel Bicalho recebe placa de mérito da Coordenadora de Concursos da UBE, escritora Maria Antônia





1º Lugar – GABRIEL José BICALHO (pseud. homem antúrio branco).
Obra: Beiral Antigo
Mariana – Minas Gerais



Fonte: http://www.jornalaldrava.com.br/pag_premio_mauro_mota.htm



Saibam mais sobre Aldravismo:

naveguem pelo jornal virtual Aldrava!



Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 23/10/2007 às 10h17
Seja o primeiro a comentar
Indique esta leitura para amigos

>> ÍNDICE

domingo, 21 de outubro de 2007

Aracy Guimarães Rosa


22/10/2007 00h47
A fabulosa Aracy Guimarães Rosa
A contista Terezinha Pereira, de Pará de Minas, Brasil, envia-me-pelo que agradeço, pois a história da mulher de Guimarães Rosa tocou-me profundamente a alma. :

"Clevane, veja que coisa interessante. Não sei se você sabe alguma coisa sobre Aracy Guimarães Rosa.
Eu não sabia nada. Fiquei encantada!

Nesta próxima semana vou ler e comentar seu livro. Estou fazendo o álbum das fotos da festa dos 80 anos. Foi um momento de muita alegria.

Diga a sua nora que fico feliz de saber que ela gostou de meu caderno de contos.

Beijos,
Terezinha"

Uma certa Aracy
Eles se conheceram em Hamburgo, na Alemanha, às vésperas da Segunda Guerra Mundial.
Ele, menino pobre, viu na carreira diplomática uma maneira de conhecer o mundo.
Em 1934, prestou o concurso para o Itamaraty e foi ser cônsul adjunto na Alemanha.
Ela, paranaense, foi morar com uma tia na Alemanha, após a sua separação matrimonial.
Por dominar o idioma alemão, o inglês e o francês, fácil lhe foi conseguir uma nomeação para o consulado brasileiro em Hamburgo.
Acabou sendo encarregada da seção de vistos.
No ano de 1938, entrou em vigor, no Brasil, a célebre circular secreta 1.127, que restringia a entrada de judeus no país.
É aí que se revela o coração humanitário de Aracy.
Ela resolveu ignorar a circular que proibia a concessão de vistos a judeus.
Por sua conta e risco, à revelia das ordens do Itamaraty, continuou a preparar os processos de vistos a judeus.
Como despachava com o cônsul geral, ela colocava os vistos entre a papelada para as assinaturas.
Quantas vidas terá salvo das garras nazistas? Quantos descendentes de judeus andarão pelo nosso país, na atualidade, desconhecedores de que devem sua vida a essa extraordinária mulher?
Cônsul adjunto à época, seu futuro segundo marido, João Guimarães Rosa, não era responsável pelos vistos.
Mas sabia o que ela fazia e a apoiava.
Em Israel, no Museu do Holocausto, há uma placa em homenagem a essa excepcional brasileira.
Fica no bosque que tem o nome de Jardim dos justos entre as nações.
O nome dela consta da relação de 18 diplomatas que ajudaram a salvar judeus, durante a Segunda Guerra.
Aracy de Carvalho Guimarães Rosa é a única mulher.
Mas seu denodo, sua coragem não pararam aí.
Na vigência do infausto AI 5, já no Brasil, numa reunião de intelectuais e artistas, ela soube que um compositor era procurado pela ditadura militar.
Naquele ano de 1968, ela deu abrigo durante dois meses ao cantor e compositor que conseguiu, sem ser molestado, fugir para país vizinho.
Ela o escondeu no escritório de seu apartamento. Aquele mesmo local onde seu marido, João Guimarães Rosa, escrevera tanta história de coronel e jagunço.
Durante todos aqueles dias, o abrigado observava, da janela, a movimentação frenética do exército no quartel do Forte de Copacabana.
Reservada, Aracy enviuvou em 1967 e jamais voltou a se casar. Recusou-se a viver da glória de ter sido a mulher de um dos maiores escritores de todos os tempos.
Em verdade, ela tem suas próprias realizações para celebrar.
Hoje, aos 99 anos, pouco se recorda desse passado, cheio de coragem, aventura, determinação, romance, literatura e solidariedade.
Mas a sua história, os seus feitos merecem ser lidos por todos, ensinados nas escolas.
Nossas crianças, os cidadãos do Brasil necessitam de tais modelos para os dias que vivemos.
Seu marido a imortalizou em sua obra Grande sertão: veredas. Ao publicar a obra, não a dedicou a ela, doou a ela seu livro mais importante.
Aracy desafiou o nazismo, o estado novo de Getúlio Vargas e a ditadura militar dos anos 60.
Uma mulher que merece nossas homenagens.
Uma brasileira de valor.
Uma verdadeira cidadã do mundo.

Segunda-feira, 7/5/2007
Aracy Guimaraes Rosa
René Daniel Decol

+ de 1300 Acessos
+ 8 Comentário(s)




A companheira de João Guimarães Rosa no período mais criativo de sua vida foi também responsável pela salvação de centenas de vidas judaicas durante a Segunda Guerra Mundial. Burlando as leis do Estado Novo, ela conseguiu vistos para refugiados judeus, que assim puderam entrar no Brasil.

“A Aracy, minha mulher, Ara, pertence este livro”. Com esta epígrafe, começa um dos maiores fenômenos da literatura mundial, Grande Sertão: Veredas, a obra-prima de João Guimarães Rosa. No entanto, ao se comemorar, no ano passado, os 50 anos da sua publicação, pouco se falou sobre esta mulher. Mas haveria motivos de sobra para manter viva a chama da memória de Aracy – ainda que ela não tivesse sido a companheira de um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.

Dona Aracy, como é chamada, salvou judeus na Alemanha nazista, enfrentou as leis anti-semitas do Estado Novo, e ainda escondeu perseguidos políticos durante a ditadura militar brasileira. Enfrentou, portanto, nada menos do que três regimes autoritários, conhecidos por sua violência inclemente. Em Hamburgo, no final da década de 30, como funcionária do consulado brasileiro, ajudou refugiados judeus a saírem da Alemanha, conseguindo vistos para centenas de pessoas, apesar da lei que proibia a entrada de imigrantes judeus no Brasil. Por isso, ganhou homenagens nos Museus do Holocausto de Jerusalém e de Washington e é conhecida pela comunidade judaica de São Paulo como o “Anjo de Hamburgo”.

Depois, já na década de 60, escondeu em seu apartamento de Copacabana o cantor e compositor Geraldo Vandré, perseguido pela ditadura militar, depois do AI-5. Bonita, culta e corajosa, não deve ter sido por acaso que chamou a atenção de Guimarães Rosa.

Aracy tinha certamente algo de Hannah Arendt, a extraordinária filósofa judia alemã, autora de Origens do totalitarismo e A condição humana, e que fez da própria vida um ato de luta contra o totalitarismo. Praticava aquilo que os alemães chamam de "amizade combatente": atuava a favor do amigo, sem esperar que este lhe pedisse ajuda.

Aracy de Carvalho Guimarães Rosa é a única mulher citada no Museu do Holocausto de Jerusalém como um dos 18 diplomatas (ou funcionários diplomáticos) que ajudaram a salvar vidas de judeus. É também o único nome de uma funcionária consular, e não de embaixador ou cônsul, o que só aumenta a dimensão do risco que correu: afinal, ela enfrentou o nazismo sem gozar das imunidades garantidas aos outros diplomatas homenageados, todos de escalões mais altos.

“Aracy era a grande personagem da vida de Guimarães Rosa”, diz Neuma Cavalcante, que está escrevendo sua biografia, juntamente com Elza Mine, professora do departamento de Língua e Filologia Portuguesa da USP. O livro, que deve ser publicado no ano que vem, é baseado em recortes de jornais, anotações e, principalmente, a correspondência entre João e Aracy.

A história do relacionamento entre Rosa e Aracy é digna de um filme. Estamos em 1934. Ele, já separado da primeira mulher, Lygia Cabral Penna, e descontente com a medicina, resolve prestar concurso para o Itamaraty. “Via na diplomacia um meio de conhecer o mundo, coisa que, como menino pobre, jamais poderia fazer”, conta Franklin de Oliveira, crítico literário e jornalista que se tornara grande amigo do escritor. Graças à sua vasta cultura geral e conhecimento de línguas é aprovado em segundo lugar no concurso, e nomeado cônsul adjunto em Hamburgo, cargo de grande importância, em uma cidade-porto que devido ao seu histórico papel como centro comercial internacional tem mais consulados do que qualquer outra no mundo, com exceção de Nova York. Chega em 1938, e conhece Aracy. Começa um relacionamento que duraria até o seu desaparecimento prematuro, em 1967.

Juntos, viajaram pela Europa, passando pela Itália, França e Suíça. As impressões dessas viagens foram fonte de inspiração para livros como Grande Sertão: Veredas. “Por esses longes todos eu passei, com pessoa minha no meu lado, a gente se querendo bem”, diz o jagunço Riobaldo, em cuja narrativa se estrutura o romance, em uma possível referência à companheira.

Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, nascida Moebius de Carvalho, filha de pai português e mãe alemã, casou-se jovem com Johan von Tess, também descendente de alemães, ainda nos anos 30. Mas o casamento durou apenas cinco anos, e terminou em “desquite amigável”, como se dizia na época. Já aí ela mostra sua personalidade: no Brasil fortemente machista da época, não era fácil para uma mulher separar-se do marido. Por isso, foi para a Alemanha com o único filho do primeiro casamento, Eduardo Tess, morar com uma tia. Falava bem alemão, inglês e francês, e conseguiu uma nomeação para o consulado brasileiro em Hamburgo. Entre outras atribuições, era encarregada da seção de vistos.

Já com fama de escritor, e conhecido por sua imensa erudição e pelo conhecimento de mais de uma dezena de línguas, Guimarães Rosa chega a Hamburgo para dar início ao período mais importante da sua vida. Uma vez estabelecido como diplomata de carreira, ele tinha tempo para fazer o que mais gostava: ler, escrever, aprender idiomas, e conhecer o mundo. Já havia percorrido a cavalo o vasto sertão de Minas Gerais, trabalhando como médico. Mas agora começava a fase cosmopolita da sua carreira.

Por coincidência, foi no mesmo ano em que entrou em vigor a tristemente célebre Circular Secreta 1.127, que restringia a entrada de judeus no Brasil. Getúlio Vargas, agora investido de plenos poderes com o Estado Novo, fora convencido pela propaganda nazista de que judeus eram perigosos. Eram comunistas – como Olga Benário Prestes, que ele entregou à Gestapo – ou capitalistas, que manipulavam o poder econômico mundial. Em todo caso, indesejáveis na formação da nação brasileira.

Mas contrariando as ordens do Itamaraty, Aracy criou esquemas para burlar a atenção do cônsul geral, salvando assim a vida de centenas de judeus.

“Minha mãe resolveu ignorar a circular que proibia a concessão de vistos a judeus, achou aquilo um absurdo, e por sua conta e risco continuou a preparar os processos, à revelia das ordens do Itamaraty e de seus superiores no consulado”, conta o filho Eduardo Tess, hoje um advogado em São Paulo. “Como ela despachava outras coisas com o cônsul geral, no meio dos papéis enfiava os vistos. Muitos judeus vinham de outras cidades; mas para que os seus passaportes pudessem ser processados em Hamburgo, tinham que provar que moravam na região. Ela conseguia os atestados, e quando entravam com os papéis, já tinham esta dificuldade resolvida”.

Rosa sabia o que Aracy fazia, com grande risco. “Como cônsul adjunto, ele não era responsável pelos vistos, mas sabia o que minha mãe estava fazendo. E apoiava”, diz Eduardo. “Os vistos eram assinados pelo cônsul geral”, lembra.

E por que ela não acatou as ordens de Getúlio, abandonando os judeus à própria sorte? “Porque não era justo”, ouvi dela uma única vez, em seu estilo reservado, como se arriscar a vida por gente que ela nem conhecia pessoalmente fosse uma atitude óbvia.

Além de citada no Jardim dos Justos, no Museu do Holocausto, em Jerusalém, Aracy foi homenageada também com o nome de um bosque do Keren Kayemet nas cercanias da cidade sagrada. Ela mesma inaugurou a placa comemorativa com um discurso, em 1985, quando fez sua última viagem internacional. E é homenageada também no Museu do Holocausto, em Washington.

Maria Margareth Bertel Levy, ou dona Margarida, como prefere ser chamada, e seu marido, o cirurgião-dentista Hugo Levy, já falecido, são alguns entre os judeus que Aracy ajudou a salvar. “Ela me levou pessoalmente ao navio, usando seu passaporte diplomático”, lembra. Dona Margarida e seu marido, como muitos outros judeus que moravam em Hamburgo, subestimaram o perigo representado pela ascensão do nazismo. No Brasil, tornou-se amiga pessoal de Aracy.

Guimarães Rosa chegou a ser denunciado por suas posições anti-nazistas. É o que descobriram recentemente pesquisadoras brasileiras que reviraram os arquivos da polícia alemã, em Berlim. Encontraram queixas então encaminhadas ao Ministério das Relações Exteriores brasileiro, dando conta que o então cônsul adjunto Guimarães Rosa fizera declarações contrárias ao regime.

Ainda assim, permaneceu em seu posto até agosto de 1942, quando submarinos alemães torpedeiam o navio brasileiro Baependi. No dia 31 de agosto o Brasil declara guerra à Alemanha. Diplomatas brasileiros, entre eles Guimarães Rosa e Aracy, ficaram sob custódia por mais de quatro meses em Baden-Baden, e finalmente são trocados por diplomatas alemães. Guimarães Rosa e Aracy embarcam para o Brasil, via Stuttgart, Madri e Lisboa.

O casal instalou-se no Rio. Como não podem se unir legalmente – ainda não existe o divórcio no Brasil – casaram-se por procuração, no México, como era de praxe na época. Ele ainda ocuparia cargos diplomáticos de grande importância – foi nomeado, por exemplo, para a Conferência de Paz em Paris, e ganhou status de embaixador. Aracy abdicou da carreira diplomática e preferiu ficar ao lado do escritor. Rosa dedicava-se cada vez mais à literatura. Em 1946 publicou Sagarana. Em 1956, Corpo de Baile, e logo depois Grande Sertão: Veredas.

Rosa foi traduzido e publicado na França, Itália, Estados Unidos, Canadá e Alemanha. Depois Polônia, Holanda, Tchecoslováquia. No apartamento com vista para o mar, em Copacabana, onde ele continuava retocando interminável e obsessivamente seus livros, e colecionando as edições internacionais que se avolumavam, o casal recebia a elite intelectual da época: o crítico Paulo Rónai (cuja família haviam ajudado a salvar da Hungria); o tradutor para o alemão Curt Meyer-Clason; o crítico Willi Bolle; seu editor americano e também amigo pessoal, Alfred Knopf; o tradutor para o espanhol Angel Crespo; o crítico francês Renard Perez; com o tradutor para o italiano, Edoardo Bizzarri, manteve riquíssima correspondência, publicada no Brasil e na Itália... Enfim, a lista é interminável.

Domingo, 19 de novembro de 1967. Três dias após tomar posse na Academia Brasileira de Letras, o que vinha adiando há anos devido ao receio de não resistir à emoção, Guimarães Rosa brincava com a neta favorita, Vera Tess, no seu escritório. Como fazia todo domingo, Vera saiu com a avó Aracy para ir à missa ao final da tarde, na igrejinha do Forte de Copacabana. “Na volta para casa, eu levava pipoca para ele”, lembra Vera, hoje uma psiquiatra em São Paulo, mãe de dois filhos, o primogênito chamado João. “Naquele domingo, ao entrar no escritório, encontrei-o parado em frente à escrivaninha. Soube depois: estava tendo o enfarte”, recorda. Aos 59 anos, no auge da carreira, quando sua criatividade parecia ter alçado um novo patamar, Guimarães Rosa morreu do coração, deixando o mundo literário atônito. “E ficamos sem saber se João existiu, de se pegar”, escreveu Carlos Drummond de Andrade em sua inesquecível elegia “Um chamado João”.

Nos anos seguintes, Aracy recebeu dezenas de homenagens. Continuou a freqüentar e a receber os amigos do escritor, e a colecionar tudo o que era publicado sobre a obra do marido. “Até os anos 90 ela ainda estava muito ativa e cultivava o pessoal dos tempos do Itamaraty”, revela uma amiga. “Com o tempo, os amigos foram morrendo um a um. E Aracy foi se apagando.”

Hoje, dona Aracy, aos 98 anos, vive em São Paulo, com o filho Eduardo e a nora Beatriz Tess. Por ironia do destino, quem tem tanto para contar, devido à idade avançada, pouco se recorda. Mas para o judaísmo, quem salva uma vida salva a humanidade, e por isso a chama da sua memória não pode ser jamais apagada. "

Nota do Editor
Texto gentilmente cedido pelo autor. Originalmente publicado na última edição da Revista 18."



Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 22/10/2007 às 00h47
Seja o primeiro a comentar
Indique esta leitura para amigos

>> ÍNDICE

Crie o seu próprio Site do Escritor no Recanto das LetrasPágina atualizada em 22.10.07 00:52

Deborah Brennand, 80 anos de poesia




Sempre fui fascinada pela Obra a céu aberto inclusive, de Brennand, até mesmo porque faço oficinas sobre o ocvo e escrevo a respeito e ele possui várias concepções artísticas da forma oval-assim qual o joalheiro Fabergé, ficou notoriamente conhecido pela criação de jóias,ovos de Ouro para o rei da França.
Saí menina do Nordeste e confesso que pouco sabia cobre Debora Brennand,enquanto poeta.
Noutro dia, estava visitando -o que faço, de vez em quando , com prazer -o Jornal de Poesia , do Soares Feitosa,onde também fui agraciada com a antologia do generoso amigo-e deparei-me com a Poesia de debora brennand.pensei em colocar aquiiobrilhante casal, ele com sua arte estupenda, ela com seus poemas singulares.

Hoje, recebo o texto abaixo e antecipo-me...
Fico feliz em divulgar sua lavra.Aqui,nesse "Ocaso Espetacular', a festa do poente, que tuntura de alegria os céus e as águas e manda uma luz especial à terra, cada pessoa , é "o" Caso espetacular...


Clevane Pessoa de Araújo Lopes


pessoaclevane@gmail.com


Então:

Enviado por Lucila Mogueira, da ABI


(Cecília
Costa )


Deborah Brennand, 80 anos de poesia
11/10/2007


"Vivendo e descobrindo, sempre. Quando estive em Porto de Galinhas, recentemente, para participar da III Fliporto, na tarde de sábado, uma senhora, muito bela, com cabelos brancos amarrados e rosto expressivo, estava autografando seu livro “Poesia reunida”, de mais de 700 páginas. Tratava-se de Deborah Brennand, a esposa do pintor e escultor Brennand. Todo mundo, aqui no Sul Maravilha — que atualmente não é tão maravilhoso e mitificado quanto no passado, tantos são os problemas que nos cercam, tão graves quanto os do Nordeste — conhece Brennand e costuma, quase que obrigatoriamente, visitar sua casa e ateliê nos arredores do Recife, ao fazer um passeio turístico pela cidade que nos legou tantos poetas, artistas e escritores, banhada pelo Capiberibe e pelo Beberibe. Mas acho, lamentavelmente, que são poucas as pessoas, no Rio e em São Paulo — e eu me incluo entre elas, até há cerca de dez dias —, que sabem que Deborah Brennand é poetisa, tendo criado versos fortíssimos, de luxúria e lamento, enquanto cuidava de seu maridinho, filhos e netos, e de seu Engenho São Francisco. Já que muito do que se passa no Norte e no Nordeste não ecoa, infelizmente, nas demais capitais do País. Territorialmente, somos grandes demais, talvez, o que faz com que as trocas e intercâmbios muitas vezes se percam no meio do caminho.

Por isso, eu considero muito importante a iniciativa do Governo de Pernambuco de ter aceitado a idéia de professores e pesquisadores da Universidade Federal do estado, ligados ao Grupo de Trabalho Mulher e Literatura, de reunir num livro os sete livros de poesia já publicados por Deborah Brennand, com a obra sendo um marco comemorativo de seus 80 anos. Entre as pessoas envolvidas no projeto, destaco o aluno bolsista Márcio de Oliveira, que estudou os poemas da grande poetisa pernambucana ao longo do segundo semestre de 2006 e escreveu o posfácio do livro; as professoras Luzilá Gonçalves Ferreira e Lucila Nogueira, que estão sempre a tentar quebrar o silêncio que envolve o trabalho literário das mulheres, e Flávio Chaves, Diretor da Companhia Editora de Pernambuco.

O tomo, com uma capa requintada em tom sépia e uma maravilhosa imagem angelical de Deborah na juventude, dentro de um oval, pode, apesar de sua beleza gráfica, assustar um pouco, por ter ficado extremamente pesado. Mas seu conteúdo, para quem ainda não teve a oportunidade de se aproximar da visceral lírica desta senhora, dona de voz poética muito pessoal e peculiar, é uma revelação. Rubra como a seiva de nossas veias, atordoante e dourada como o sol, triste como a mais negra solidão. Nele, estão reunidos os seguintes livros: “O punhal tingido ou O livro das horas de Dona Rosa de Aragão” (1965), “Noites de sol ou As viagens do sonho” (1966), “O cadeado negro” (1971), “Pomar de sombras” (1995), “Claridade” (1996), “Maças negras” (2001) e “Letras verdes” (2002). Contém também alguns ensaios, abrindo os livros, como o de Roberto Alvim Corrêa e Ariano Suassuna.

Acho que o melhor que fazemos, no caso de Deborah Brennand, uma octogenária cheia de vida, obcecada pela passagem do tempo, a prisão da alma e ventanias, é deixar sua poesia, doída e sanguínea falar. Por isso, vou transcrever aqui dez poemas.


Prisão

Vencendo muros de pedras
Flameja do sol o brasão
Ó real castelo em dia aceso,
Ó ruivas folhas do soberano verão
Ó tempo não apertes a corrente
Do meu sonho já agonizante
Crestada é a terra e perto
Deságua um rio de sangue
Na pastagem morta

Do meu coração


Cruel mensagem

Morto foi o sonho de um jardim
Por um verão servil, de cruel mensagem
E eu vi raízes, a vida agonizando,
Na lâmina acesa de um punhal.

Os musgos, as heras, as papoulas,
Manchavam a grama seca.
E lírios, junto ao sangue das rosas,
Magoados eram o pasto

De cavalos alheios e famintos.


Réplica de uma descendente
holandesa ao poeta César Leal

Se cheguei ao teu país, bem mereci.
Por mais que ocultes, domei perigos.
No mar pesado, em leves caravelas,
Minha pele feri nas lanças do teu sol.
A floresta brava, as facas nativas
Mataram em vão a aventura da minha raça
E, do ancestral sangue, quase desfeito,
Ressurge ainda, entre flores escuras,
A rosa nobre, alva e sucular.


Igual a mão

Velhas cortinas de renda
Por sonhos bordando brasões
Agulhas trançaram ouro e linha
Em sombras fugazes de flores
Fantasmas de um morto verão.

Cobrindo vidraças, embaçando a vida,
Escondes desvarios, alucinações,
Olhares perdidos de condessas
Caminhos ocultos na distância
E o vento forte, agitando o pano

Com a rudeza de sua mão.


Que será de mim?

Sol de fogo, luz rubra de medo.

Brilham verdes mil ramos de folhas.
O mormaço espanta vôos de sombras
e no sítio surge o canto da graúna.

O céu se queima em nuvens,
mas, nos canteiros de um jardim,
rosas saúdam o vento com pétalas
E o longe se vê agoniado
e de salsas roxas enlaçado
nos arames farpados da cerca.

Sol de fogo, luz rubra de medo,
se os montes tropeçam o que será de mim,
perdida, indo neste vale aceso?


De amarelo

Hoje devo me vestir de amarelo:
espantar os olhos negros da solidão,
tal a luz do girassol de ouro dourado
que abre pétalas iluminando nuvens.

Quem saberá (nem ela mesma) o artifício
usado para enganá-la? Sonhos? Jardins?
Não digo. Hoje me visto de amarelo
e vou, nos ramos, entoar da ave o canto.

Quero espantar olhos de solidão
que vem das grutas e abandona montes
para comer a relva rubra do meu coração.
Mas hoje, de amarelo, espantarei a fera

Fugindo, à procura de outra vítima:
Quem sabe, a mata?


Sempre

Assim, além da cerca, eu espero,
O quê? Não sei. Espero.
Embora só o vento chegue
todo arranhado, em gemidos,
caindo e já sem sentidos

Jogue aos meus pés as folhas secas.


Não é crime

O degredo das flores
da umidade da mata
para uma varanda acesa
em arcos verdes

É permitido.

Atar os ramos em sombras?
e desatá-los na colina
ou varrer as cinzas de fogueiras
Na clara tarde de março

Ainda, ainda

Mas aquele pássaro voltando
querendo entrar na gaiola
já do lado de fora, do lado das rosas
é uma afronta às nuvens e à brisa.

Assim, matá-lo não é
Crime.


Luto

Quem, vestida de negro, olha o mar?
No ombro, uma rosa de seda
agüenta a raiva do sol sem murchar.
Mas, um resto de vagas,
suja de sangue alvo
as quilhas dos barcos
amarrados em outra primavera.


Você prometeu

As vigas da casa
vão ser de aroeiras

polidas sem fim

Há sob as telhas
morcegos e aranhas

em traves puídas.


Depois, na multidão,
você me expôs de roxo.

Todos viram.

Ninguém disse:
— Esta não é a sua cor

E eu de vez entristeci.

Você esquece promessas:
ia erguer uma fonte

Jorrando céus


E nas lajes carcomidas
O pátio se alarga de vazio.

Na certa, ainda diz:

Ela é assim
Sabe viver sozinha.

Mentira

Agora mesmo me visitam
pombos, guinés, andorinhas

Que bela companhia. "



Enviado popr Lucila Nogueira , recebi através de Delasnieve Daspet, Embaixadora Brasileira de Poetas del Mundo.



ABI (Associação Brasileira de Imprensa) - Rua Araújo Porto Alegre, 71 - Rio de Janeiro-RJ - CEP 20030-012 - Tel. (21) 2282-1292

sábado, 20 de outubro de 2007

"Velhice " ou "idosidade":Marcial Salaverry





Marcial Salaverry, um bisavô poeta(*) ,prá lá de cheio de energia, gosta de discorrer sobre a "idosidade".

Conheci-o pessoalmente há uns meses,no Terças Poéticas, do Palácio das Artes,quando esteve em Blo Horizonte, para visitar a neta engenheira.Os olhos azuis brilhavam ,muito jovens e foi ótimo que o conhecêssemos.Converamos muito, ele, o poeta e contista Marco Aurélio Lisboa e eu.

A foto dele é a prova do que diz seu verbo.

(*) O bisnetinho mora em S.Luz, Maranhão, cognominada "A Ilha do Amor",Terra de Gonçalves Dias.Lá morei opor seis anos e deixei muitas amizades.

Clevane


"Só atinge a velhice,
quem assume
a idade cronológica."

Marcial



Quando de quem
se ama não se esquece,
o coração não envelhece...

Marcial





VELHICE OU IDOSIDADE
Marcial Salaverry



A diferença que existe entre ser velho, ou ser idoso, está na maneira como se encara o passar dos anos.

A esse respeito, li um pensamento muito interessante, de Oliver Wendel Thomas:

Jamais serei velho. Para mim, a velhice é sempre 15 anos mais do que eu tenho...

Sem qualquer sombra de dúvida, são sábias palavras, pois as pessoas que se consideram velhas com a simples passagem do tempo, realmente o são.

Na realidade, pode-se considerar que essa tal passagem do tempo traz como única conseqüência, algumas limitações físicas, que são muito bem compensadas pela larga experiência que os anos trazem para quem sabe equilibrar sua vida.

Essa experiência é exatamente o que permite dosar com muita inteligência as limitações físicas, e assim sendo, pode-se fazer quase tudo que se fazia quando mais jovem, ou, falando-se mais eufemisticamente, quando se era menos idoso.

Além do que, crianças, o mais importante é a IDADE ESPIRITUAL.

Conservando-se o espírito jovem, não se entregando jamais, temos condições de nos manter na ativa. O ponto básico é não se entregar ao peso dos anos.

Eles que passem, já que muito se fala na inexorabilidade do tempo, mas temos que segurar nosso espírito ativo. Não podemos nos abater com as limitações que a idade sempre traz. Aceitá-las é uma coisa, entregarmo-nos a elas é outra muito diferente.

Esse é o segredo que pode nos manter vivos e espertos.

Manter-se em alguma atividade física, para manter a circulação sanguínea em condições de não permitir o endurecimento das artérias.

Manter-se em atividade intelectual, obrigando-se sempre a pensar, a trabalhar com a mente. Uma das coisas mais prosaicas, mas que é um excelente estimulante “neuronial”, (avisem o Aurélio) são as palavras cruzadas, algo que exige grandes esforços das meninges, estimulando a memória.

Adquirir novos conhecimentos é um excelente estimulante. Sair fora da rotina da vida. Fazer algo que não fazia quando jovem.

Nesse ponto, a Internet ajuda muito. Seja em que segmento for. Já para aprender a lidar com ela, é algo que exige esforço mental, além do que, sempre está nos estimulando a pensar, obrigando-nos a manter uma constante atividade mental, pois está sempre evoluindo, e sempre temos algo de novo para aprender.

Além do que, existe a possibilidade de mantermos contato com pessoas de diversas partes do mundo. Isso logicamente além de ampliar nossos horizontes, nos traz novos conhecimentos sobre muitas coisas de outros lugares possibilitando fazer novas amizades com pessoas que, se estão longe fisicamente, chegam a fazer com que sintamos a presença a nosso lado, tal a afinidade espiritual existente.

Há que se notar um número cada vez maior de idosos utilizando a Internet para as mais diversas finalidades, sempre procurando algum tipo de vida, fugindo de uma rotina que vem cada vez mais prejudicando a saúde das pessoas.

Para muita gente, o simples fato de se trocar algumas palavras com amigos distantes já é algo de muito importante para seu dia. Para alguém que de repente se viu só, e que não tem muito pique para sair e procurar amigos, a solução está na "maquininha de fazer doidos", que possibilita, sem precisar sair de casa, fazer novos amigos, bater gostosos papos, adquirir novos conhecimentos, enfim, voltar a viver. E isso é muito bom.

Basicamente, então o segredo é exatamente esse. Sobreviver à passagem do tempo.

Não se entregar à temida velhice.

Idoso, sim... Velho, nunca.



Marcial Salaverry

EIRE


Minhas Trovas Sobre a Alegria dos Encontros entre Amigos



Rosa Magaly Guimarães Lucas , que também assina seus poemas e trovas,sonetos e tudo mais com o pseudônimo de Eire,quando a Escola tropo, de Trovadores, estava a todo vapor, era uma grande companheira para os "desafios":Pingue-Pongue,de sábado e domingo.

Hoje recebi um dueto dela com a Guida Linhares e lembrei que registrei a visita desta à velha-nova dama, ou à nova-dama-idosa?Sei lá, pois Eire´tem alma tão jovem que escreve de forma espetacular, versos eróticos,fiolosóficos, galhofeiros,líricos.Pessoazinha linda, culta e cheia de energia...
Quando resolveu fazer o primeiro e-booki, pediu-me que o prefaciasse, depois eram tantos , que os filhos revolveram fazer três e elas os chamava, na alegria de parir , seus trigêmios...

Qaundo ela recebeu a visita de Guida Linhares , mandou a foto e adorei ver a alegria nos seus rostos.Então, fiz duas trovas:


A primavera nos rostos,
os olhos, a florescer:
e nos corações ,os mostos
do vinho que vai nascer...

Clevane Pessoa

Nos encontros dos amigos,
mil borboletas nas almas,
beijam lírios,beijam trigos,
com as asas batem palmas...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Belo Horizonte,21/11/2006

Para a trovadora Eire(Rosa Magali Guimarães, na foto, ente Lenildo e Guida)



clevane pessoa de araújo lopes
Publicado no Recanto das Letras em 21/11/2006
Código do texto: T297197



"Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autor e o link para o site "www.sitedoautor.net(Clevane pessoa de araújo lopes;(www.clevanepessoa.net/blog.php)).
Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas."

O que recebo hoje:

EL JARDÍN

Rosa Magaly Guimarães Lucas
- Eire

Versión Betty



Mi pequeño jardín! Cuanta ternura
Yo siento, cuando al contemplarte estoy!
Veo de vuelta el tiempo que pasó,
Toda una vida plena, linda, pura...


Recuerdo del barro marrón que restó
Después de la casa lista... Y el gusto
De plantarse... Germinar...Y que figura,
quedamos nosotros después que se acabó...


Fue cuando entonces mi Bien dictó la regla:
A la ladera ahora! Al calzamiento...
Será como los de otrora, todo en piedra...


Quedará linda con ese acabamiento
En cuanto la grama por entre ellas medra!
Todo me regresa ahora al pensamiento!


Jacaraípe, Serra, Espírito Santo. Brasil, 11/10/2007




O JARDIM


Rosa Magaly Guimarães Lucas

- Eire







Meu pequeno jardim! Quanta ternura

Eu sinto, quando a contemplar-te estou!

Vejo de volta o tempo que passou,

Toda uma vida plena, linda, pura...





Lembro do barro marrom que restou

Depois da casa pronta... E a gostosura

De se plantar... Gramar... E que figura,

Ficamos nós depois que se acabou...





Foi quando então meu Bem ditou a regra:

À ladeirinha agora! Ao calçamento...

Será como os de outrora, todo em pedra...





Ficará linda co' esse acabamento

Enquanto a grama por entre elas medra!

Tudo me volta agora ao pensamento!





Jacaraípe, Serra, Espírito Santo. Brasil, 11/10/2007

Seus e-books mencionados e sua mini-bio, na peimeira pessoa:


SOBRE A AUTORA



Meu nome é Rosa Magaly Guimarães Lucas, nick: Eire, nome em gaélico da Irlanda, país com o qual tenho enorme afinidade, devido a meu amor pela tradição, inclusive familiar; pelas coisas místicas; mitologia, a arte:música, -qualquer uma, desde que boa, embora minha preferência seja pela música de câmera; pintura, escultura, e mais que tudo, a poesia, a alegria, e ao mar.
Gosto de ler, viajar, conversar, fazer e manter amigos - aqui na Internet tenho alguns já há dez anos. Amo História, Geografia, e as ciências que chamo da alma, psicologia, filosofia e sociologia, falando fluentemente inglês e francês, e razoavelmente espanhol e alemão que voltarei a estudar em Janeiro. Gosto de escrever desde muito jovem, tenho poesias, prosas, e uma música cuja letra é minha também. Estou chegando ao final de um livro sobre a família de meu marido imigrantes oriundos da Alemanha, Portugal, suas ilhas, e Suiça-Alemã, pretendendo acabá-lo antes que eu acabe.Atualmente pertenço à Escola de Trovadores e Poetas e aos Trovadores Cibernautas, onde convivo com excelentes amigos e aprendo mais um pouco sobre Trovas e Poesias.

Sou casada - se Deus o permitir, completaremos a 02/07/05 Bodas de Ouro - meu marido é Engenheiro Civil, aposentado, tive 5 filhos,agora 4, pois o do meio se foi a 02/02/02, aos 45 anos deixando uma jovem que faria 21 em princípios de março. Formei-me em Tenho 11 netos ótimos e lindos, (7 mulheres e 4 homens) a mais velha casada há dois anos com um jovem alemão, agora residindo conosco, e a mais nova com 4 anos. Temos duas netas gêmeas que fazem Faculdade no Rio de Janeiro e jogam basquete pelo Tijuca Tênis Clube, parece-me que em breve irão para os Estados Unidos estudar e praticar o esporte que amam. Fiz o Curso Normal, o Técnico de Secretariado , e cursei até o final do 2º ano o Curso de Anglo-Germânica na Faculdade de Filosofia aqui em Vitória mesmo, na Universidade que hoje é a UFES.Estudei piano até o 5º ano, tendo um teclado que toco de vez em quando. Tenho excelente memória visual, e dizem que sou extrovertida e simpática... rs, tendo amigos em todas as faixas etárias. Em compensação, sou deficiente auditiva parcial, visual (não tenho mais visão panorâmica, mas graças a Deus ainda a tenho tubular, e em conseqüência das incontáveis quedas decorrentes do problema visual, ando mal e como a falecida Rainha Mary da Inglaterra, de bengala.Terminado, apesar dos trancos e barrancos que a vida me impôs, eu sou feliz!











Título: Cantos de Amor - Volume I - Volume II - Volume III
Autora: Rosa Magaly Guimarães Lucas - Eire

"(...) Confesso que ao ler os versos incendiários, plenos de uma sensualidade sutil, os românticos, os bem-humorados e os filosóficos de uma certa EIRE, imaginava-a uma jovem fogosa, com o fogo/fulgor das irlandesas, já que o nick é o nome tradicional da Irlanda.. (...) Escreve versos brancos, metrificados e rimados. Em português, em inglês, em francês, espanhol. De vez em quando nos desafia: pede poesias em respostas às suas, mas que tenham palavras inusitadas. E nos manda umas bem desconhecidas, mesmo para quem conhece muitas, como eu... E lá vêm sonetos, rondéis, trovas, prosa...(...) (Clevane Pessoa de Araújo Lopes)

"Jamais nos vimos, a Eire, autora desta obra, e eu. Seu nome completo é Rosa Magaly Guimarães Lucas. Conheço-a via Internet. Participamos de alguns grupos que trocam poemas e de um, especial, mais dedicado às trovas. É uma Escola de Trovadores e Poetas. (...) Considera-se feliz e demonstra esse estado de espírito em seus diálogos e composições. Em cada obra deste buquê de flores, está uma mensagem que tocará os leitores e leitoras, tão grande é a sua sensibilidade e seu romantismo.(...)" (Nilson Matos Pereira)

Volume I



Download: contosdeamor1.exe - E-book: formato .html



Volume II



Download: contosdeamor2.exe - E-book: formato .html



Volume III



Download: contosdeamor3.exe - E-book: formato .html


Fonte: http://www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca1/eire.htm

E-mail de Guida Linhares:

guidalinhares@gmail.com

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Masé e sua mãe

Masé Soares homenageia sua mãe que voou(em seu blog http://masesoares.zip.net), e nós procuramos ajudar a amiga na saudade perene (pois é mesmo para estar ao lado, mesmo na distãncia,que os amigos existem...):


"CLEVANE ... SEMPRE CLEVANE...

Querida Clevane,
Não sei como agradecer seus carinhos, suas demonstrações de amizade e amor.
Só você mesma querida... agora vi, o quanto somos parecidas em nossos sentimentos.
Obrigado por tudo e por estar sempre à postos em me socorrer com seus mimos e carinhos.
Das Mães que se Vão,mas ficam

Para Masé, com o carinho da Clevane

A mãe que parte é a mãe que fica,
sempre a zelar pelos filhos:
não nos quer triste, e indica
caminhos cheios de brilhos...

Por isso, viva com garra,
viva plena de alegria,
qual flor que a um tronco se agarra,
mesmo morto, todo dia...

O caule mesmo sem vida,
sustenta a orquídea bela
Por isso seja aguerrida,
todo dia, abra a janela...

Deixe que o sol doure a sala,
dance e cante, com vigor.
Amor de mãe não se cala,
por ser sempre o eterno amor...


Masé, que fotos linda, fiz um poema para vc homeneagear esse amor materno, no blog.
Bjs;
Clevane

Escrito por masesoares às 00h28[(0) Comente] [envie esta mensagem]
dataPost = "27/09/2007";
if (dataPost != "") {document.write("27/09/2007");}
else {document.write("27/09/2007");
}

27/09/2007 UM ANO SEM MAMÃE...
28/ SETEMBRO/2007
UM ANO SEM MAMÃE AQUI CONOSCO...
Hoje está fazendo um ano que Mamãe nos deixou...
Passou tão rápido, parece que foi ontem.
Só mesmo quem ficou aqui, nesta casa, para dizer que, parece que ela
ainda está por aqui.
Sua presença na saudade está por todos os cantos.
Seu quartinho, há poucos dias que foi modificado.
Mesmo sabendo que sua idade (94 anos) lhe deixava fragilizada, mas ela
era esperta, lúcida por demais, e tinha medo de morrer...
Esta casa nunca mais foi a mesma, depois que ela partiu.
E a saudade está sempre presente, e tudo faz lembrar ela.
Lembro quando fazia bolos que ela gostava, doce, como ela gostava de doces.
Querida Mamãe, depois de um ano sem você aqui, eu lhe digo, ainda escuto a senhora me chamar de madrugadinha
ou mesmo a noite para leva-la ao banheiro.
A gente colocava uma grade a noite na sua cama, pra evitar que ela levantasse à noite e caísse.
Acordo assustada e custo a acreditar que foi apenas um sonho, e a senhora não está mais aqui...
Um ano se passou! Ainda parece que foi ontem, aquele trágico dia que a senhora caiu e esta queda lhe foi fatal.
A saudade é muito doída , mas acredito que agora esteja em um lugar feliz e ao lado de Papai, olhando por nós aqui.
Ta muito difícil , ainda não acostumamos com a sua partida.
Eu lhe desejo paz onde estiver, e olhe por todos nós, seus filhos amados, netos e amigos.
Mamãe o meu abraço e me abençoe sempre!
Com amor e carinho sempre.
Masé

Zizi Sapateiro, pós Ocaso...

Depois da festa espetacular do Ocaso, o céu ainda guarda as cores e os presenteia à Aurora...Resquícios, saudades...Em Mariana, a primeira cidade do Estado de Minas Gerias, no Brasil, um artista se vai...Muitas vezes, o céu chove, noutras, o rocio é o sinal do pranto.Muitas outras, até geadas são sinais...
Mas os artistas, quais os poetas, jamais morrerão, se não deixarmos, pela apreciação perene de sua obra...

Quando eu era mocinha,,em Juiz de Fora, conheci um pintor sapateiro, o Aluíso, que assinava "Aiama", em miniaturas mais-que -perfeitas, foi premiado na SBAAT,onde estudei com Clério de Souza, o Pimpinela.
A pintora Vilcar, minha amiga, contou-me que ele fazia miniaturas porque não tinha dinheiro suficiente para telas grandes...
Que o Zizi jamais seja esquecido...
Clevane...



Dos Votos, ao artista que voou...

Zizi, na ponta dos pincéis, asas de colibri.

Deixou seu perfume nas almas flores dos amigos...

Deixou suas cores nas telas de seu estilo...

Que seja perene através delas...

Clevane



Recebo, de Andreia Donadon Leal, sempre atenta e empática à arte e aos artistas, aos poetas e à poesia, primeiro a notícia e depois o poema de Carvalho Branco, a Poeta Marilza Albuquerque:

"Homenagem da Presidente do InBrasCI - Rio de Janeiro - Dra. Marilza Albuquerque ao artista plástico ZIZI SAPATEIRO.

A Primaz de Minas (Mariana) agradece o poema da Superintendente da CONFALB (Confederação das Academias de Letras e Artes do Brasil) desde o Rio de Janeiro.


Abraço fraternal,

Andreia Donadon Leal

De Marilza Albuquerque
marilza.albuquerque@oi.com.bre: Thu, 27 Sep 2007 22:24:31 -0300Subject: Re: SAGA DE PINTOR - A DEUS, ARTISTA PLÁSTICO ZIZI SAPATEIRO




SÃO ZIZI SAPATEIRO ARCANJO
(Carvalho Branco)

Zi...
Zi...
Z... umbe no ar
O pincel do artista...
E o ritmo da poesia
Repica na sola batida,
No couro surrado,
Sovado
E escovado
Pelo Sapateiro...
Tamborins... pandeiro...
A cuíca
repinica...
na vida assim vista...

E as trombetas e harpas dos anjos,
Os bandolins, os banjos,
Ressoam no Paraíso...
Zizi Sapateiro é só sorriso...
Balandrau branco,
Pantufas,no local de sapatos ou tamancos...
Zizi Sapateiro agora é
o que sempre foi:
UM ANJO!...
Lá no Céu, onde não tem ladrão nem polícia,
ele já tem sua Sé...
Ao lado, é claro, de um atelier do artista...
Esbanjo
a notícia:
São Zizi Sapateiro Arcanjo!... andreia leal escreveu:


A DEUS GRANDE ARTISTA PLÁSTICO MARIANENSE: ZIZI SAPATEIRO
http://www.jornalaldrava.com.br/


Saga de Pintor ( Hebe Rôla)

Homenagem de adeus
a Zizi Sapateiro
Artista símbolo de Mariana
Pintor anjo diante de Deus na tinta da alma
imortal
O Pintor Sapateiro diante do firmamento é pássaro
voante
toante
que trilha nas nuvenso caminho
arminho
do pincel.
O Pintor sapateiro diante do som
é colcheia ou fusa
que tece acordes
recordes
no canto
encanto
da canção
exortação
O Pintor Sapateiro diante da pedrada nossa calçadada madeira dos altaresdo ferro das nossas montanhas
é formação
é renovação
é bigorna
que talhar
e
talha
corta
recorta
O Pintor Sapateiro
diante de Mariana
é saga de bandeirantes
é sonho de Alpoim
é arquitetura de Arouca
é prece de Athayde à Virgem do Carmo
O Pintor Sapateiro diante da História
é poeta
é profeta de Alphonsus
é penaque traça amena
a coroa da Princesa
a memória de sua glória
O Pintor Sapateiro diante da tela
é ardor de vela
é anjo diante de Deus
que guardaque luta
que vibra
que labuta
que pintana tinta da alma
e se extasia
na grandeza
nobrezade um risco
rabisco
que o faz imortal


Adeus Zizi Sapateiro. Sua história está cravada no Mundo das Artes.

Andreia Donadon Leal - Déia Leal
Gabriel Bicalho
J.S.Ferreira
J.B.Donadon-Leal
Luiz Tyller
Hebe Rola
Camaleão

DIA DO IDOSO


(Recebo, através de Delasnieve Daspet)

Romeu Prisco

Hoje, 27 de setembro, se comemora o Dia Nacional do Idoso. Eu, que já estou inserido nessa faixa etária, não poderia deixar a data passar em branco.

Entre o que existia para o meu pai, quando se encontrava na mesma situação em que ora me encontro, e o que, na atualidade, existe para mim, há uma diferença, para melhor, bastante significativa. Houve uma grande evolução, seja em termos de assistência médica, com ótimos recursos para os respectivos tratamentos, seja em termos de orientação sobre atividades e exercícios benéficos à saúde, seja, principalmente, na concessão de direitos.

Refiro-me particularmente aos últimos. Não basta só conceder, aos idosos, novos direitos. Impõe-se aplicá-los e fazer com que sejam aplicados, mormente para os idosos menos esclarecidos e para os mais tímidos, sentimento este que parece ser próprio do ancianismo. Nem todos os idosos agem e reagem da mesma forma.

Onde quer que eu vá e sempre que for o caso, vejo-me lutando pelos meus "direitos de idoso", o que não se dá com a maioria, que se submete, ora à desatenção, ora à indiferença, de quem deveria, até mesmo por força de disposições legais, tratá-la com respeito, dando prioridade ao atendimento das suas necessidades. É o que ocorre com freqüência, principalmente no âmbito do setor público, com destaque para o Poder Judiciário, que ainda não se dispôs a encontrar meios e condições para agilizar o andamento dos processos dos idosos.

Todavia, como idoso não é para ser visto somente como um carente, vale lembrar que muitos ainda constituem a principal fonte de sobrevivência familiar, que muitos, com ou sem estudo, são portadores de experiência e sabedoria, extremamente úteis aos mais jovens, e que muitos estão dando exemplos de vida, nas práticas de exercícios físicos e nas atividades de lazer, dignos de causar inveja.

Por isso, e por muito mais, neste seu Dia Nacional, os idosos se fazem credores de todas as homenagens. No que me concerne, não vejo como encerrar a minha participação na comemoração, sem trazer a lume o imortal soneto de Olavo Bilac, intitulado "Velhas árvores":

"Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade !
Envelheçamos rindo ! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem !"

Ó velhice:uma irmã faz a trova, a outra faz a glosa...








A grande trovadora e glosadora Gislane canales, que mora no Balneário de Camboriú, experencia uma delicada e interessante parceria com sua mana, a também trovadora Delcy Canalles.




A glosa que mandou hoje, tem por mote a trova , a glosa de outra.Lindo exemplo de craitividade...Delcy dá o exemplo perfeito da melhor forma de avançar para o inverno, "a poder de primaveras', com adaptação, naturalidade...(Clevane)







Glosando Delcy Canalles
Gislaine Canales

Ó VELHICE!

MOTE:

Ó velhice, eu que temia
que chegasses de repente,
vivo em tua companhia,
sem notar que estás presente!

Ó velhice, eu que temia
que tinha medo de ti,
sem nem perder a alegria,
constatei que estás aqui!

Eu tinha um medo feroz
que chegasses, de repente,
matando tudo que em nós
nos faz bem e nos faz gente!

parece até bruxaria,
pois chegaste, sem eu ver
vivo em tua companhia,
e é bom esse conviver!

Mas continuo a jornada
com alma de adolescente,
sigo, contigo, esta estrada
sem notar que estás presente!


(Na foto, Gislaine -depois, poetarei uma foto da Delcy, agora representada pela rosa vermelha, a flor do trovador...)

Dia do idoso...Idoso?



Francisco neves MACEDO
(fnmacedo@bol.com.br)(*)

Os mais velhos, os mais vividos hoje, querem experenciar coisas novas, da informática à sexualidade.Então, no Dia do Idoso, inauguro este blog e faço o decreto;a alma não tem idade.A carteira de identidade do ser humano, é a idade da alma.E esta, quanto mais viveu, melhor se faz, pode renovar-se e inovar.Se deixarem.Quem conhecer pessoas na melhoridade, na maioridade, na serenidade, qualquer um dos eufemismos usados nas camuflagens, pode saber que são apenas pessoas vividas.E se encontrar exemplos espetaculares, pode me mandar, que o blog se encarregará de eternizar essas pessoas,aplaudí-las, dar-lhes espaço,entrevistá-las, publicar seus textos, dos de sabedoria aos eróticos.
Repito aqui o autor francês:

"Caminho para o inverno, a poder de primaveras "

E quem quiser escrever, use este meu e-mail:clevaneplopes@gmail.com
Clevane pessoa de araújo lopes
Poeta Honoris causa pelo CBLP


Psicóloga ,desenhista,escritora,principalmente,uma pessoa

(*) Abro este blog com a foto linda do conterrâneo, macedo.Trovador,com sua cabeça plena de vovência,criativa e lúcida, cria TROVÁPOLIS, uma cidade de trovadores e suas trovas.Cada qual, tem lá sua rua.É virtual e depois irá para uma antologia.Um trabalho de fôlego, onde já tenho ,garantido,meu endereço.
Acabo de receber o jornal "O Trovador", onde escreve a coluna "TROVARIEDADES".E é dele essa trova, que bem mostra a sensualidade nordestina e trovadoresca:

Neste emadrugadecer
no aconchego do teu braço...
Me deixei adormecer
vencido pelo cansaço!


Essa trova, é deliciosamente glosada pelo Prof.Francisco Garcia, de Caicó, mas vou ter de saber a idade deste, para ver se já tem passe para essa nosso OCASO ESPETACULAR.

Tenho tantos exemplos de pessoas que sabem amadurecer, que não sei por ionde começo.felizmente, a chegada de "O Trovador", órgão da ATRN ,tirou-me do impasse...