quinta-feira, 27 de setembro de 2007

DIA DO IDOSO


(Recebo, através de Delasnieve Daspet)

Romeu Prisco

Hoje, 27 de setembro, se comemora o Dia Nacional do Idoso. Eu, que já estou inserido nessa faixa etária, não poderia deixar a data passar em branco.

Entre o que existia para o meu pai, quando se encontrava na mesma situação em que ora me encontro, e o que, na atualidade, existe para mim, há uma diferença, para melhor, bastante significativa. Houve uma grande evolução, seja em termos de assistência médica, com ótimos recursos para os respectivos tratamentos, seja em termos de orientação sobre atividades e exercícios benéficos à saúde, seja, principalmente, na concessão de direitos.

Refiro-me particularmente aos últimos. Não basta só conceder, aos idosos, novos direitos. Impõe-se aplicá-los e fazer com que sejam aplicados, mormente para os idosos menos esclarecidos e para os mais tímidos, sentimento este que parece ser próprio do ancianismo. Nem todos os idosos agem e reagem da mesma forma.

Onde quer que eu vá e sempre que for o caso, vejo-me lutando pelos meus "direitos de idoso", o que não se dá com a maioria, que se submete, ora à desatenção, ora à indiferença, de quem deveria, até mesmo por força de disposições legais, tratá-la com respeito, dando prioridade ao atendimento das suas necessidades. É o que ocorre com freqüência, principalmente no âmbito do setor público, com destaque para o Poder Judiciário, que ainda não se dispôs a encontrar meios e condições para agilizar o andamento dos processos dos idosos.

Todavia, como idoso não é para ser visto somente como um carente, vale lembrar que muitos ainda constituem a principal fonte de sobrevivência familiar, que muitos, com ou sem estudo, são portadores de experiência e sabedoria, extremamente úteis aos mais jovens, e que muitos estão dando exemplos de vida, nas práticas de exercícios físicos e nas atividades de lazer, dignos de causar inveja.

Por isso, e por muito mais, neste seu Dia Nacional, os idosos se fazem credores de todas as homenagens. No que me concerne, não vejo como encerrar a minha participação na comemoração, sem trazer a lume o imortal soneto de Olavo Bilac, intitulado "Velhas árvores":

"Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade !
Envelheçamos rindo ! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem !"

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