sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
RECITAIS DAZIBAO com duas performances: APARECIDA NOGUEIRA- O SER POÉTICO e MORRER EM MAIO.
Recebo através de Oswaldo André, a programação abaixo.parece "espetacular", confiram:
RECITAIS DAZIBAO TRAZEM APARECIDA NOGUEIRA E FREI MIGUEL
" O GRUPO CAPELA, sob direção de Osvaldo André, participa do projeto RECITAIS DAZIBAO com duas performances: APARECIDA NOGUEIRA: O SER POÉTICO e MORRER EM MAIO.
A artista de circo Aparecida Nogueira, 90 anos, interpreta poemas do seu repertório, uma cançoneta circense e duas canções de sua autoria, acompanhada pelo violonista Marco Túlio Clementino, 23 anos.
Ênia Azevedo escreveu sobre ela: “Nos diversificados autores apresentados, Aparecida Nogueira nos traz imagens caleidoscópicas, que se associam à sua figura humana, à sua vida de muitos caminhos e obstáculos, à energia do seu otimismo.” Por isso, o nome: APARECIDA NOGUEIRA: O SER POÉTICO.
MORRER EM MAIO apresenta Osvaldo André e os cantores José Carlos Gonçalves (barítono) e Simone Santus (soprano), que interpretam os diálogos (poemas) de Frei Miguel com Deus, dilacerado, entre “os desejos do corpo” e “os impulsos do céu”.
Completa esta edição do projeto RECITAIS DAZIBAO a leitura dramática: 1968-A POESIA EM TRÂNSITO. Em cena, Adriana Versiani, Camilo Lara, Daniel Bilac e Valquíria Rabelo.
Dia 14 de dezembro, às 18h e às 20h, no auditório do SEST, na Av. Martin Cyprien, 1100, Bela Vista. Entrada franca. Convites na “Boutique do Livro” e no SEST.
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FICHA TÉCNICA
APARECIDA NOGUEIRA: O SER POÉTICO
Interpretação de músicas e poemas: .............................. Aparecida Nogueira
Violão, arranjos: ............................................................ Marco Túlio Clementino
Pesquisa, assistente de direção: ..................................... Lúcia Rodrigues
Concepção, direção: ...................................................... Osvaldo André
MORRER EM MAIO
Elenco: ......... Simone Santus (soprano), José Carlos Gonçalves (barítono) e Osvaldo
André
Sonorização, musicalização, direção musical: ......................... José Carlos Gonçalves
Técnica de som: ................................................................................. Lúcia Rodrigues
Figurino, objetos de cena: .................................................... Maria Cecília Guimarães
Concepção cênica e direção geral: ...................................................... Osvaldo André
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
ÓCIO SEM CULPA -Luiz Lyrio
ÓCIO SEM CULPA
Ócio, sm. 1. Descanso ou folga do trabalho. 2. Lazer. 3. Preguiça, moleza.
Nem o meu pequeno dicionário poupa a palavra ócio do estigma negativo que lhe foi imposto através dos séculos. No século XXI, a palavra, aos poucos, vai assumindo definitivamente seu significado exclusivamente negativo. Numa sociedade onde o lema é trabalhar e consumir, usufruir do ócio tornou-se um terrível pecado.
Ai daquele que escolhe o ócio ao trabalho! Entendendo liberdade como o exercício do nosso direito de escolha, nas sociedades do século XXI, é proibido escolher viver uma vida ociosa e de contemplação. Se, em uma época ainda recente, sobrava-nos a opção de enveredarmos por um modo de vida ocioso marginal, porém ainda admirado por uma parcela de mentalidade mais avançada da sociedade, hoje, o ócio tornou-se a marca daquele que não pode ter direito à satisfação de suas necessidades básicas – “quem não trabalha não come” - e ao convívio social e deve ser “tratado”, receber alguma ajuda especializada. Quem pratica e quer viver no ócio está “doente”, “deprimido” ou “desgostoso da vida”, como diziam os antigos.
O pior de tudo, porém, é que já está impregnada dentro de cada um de nós a idéia de que o ócio é um “pecado”.
E é entristecido que vejo as pessoas perdendo, à medida que o tempo passa, a capacidade de ficar algum tempo descansando, sem sentir culpa. “O que você fez de produtivo hoje?”, pergunta-nos, diariamente, o sempre chato e inconveniente grilo falante que alguns chamam de consciência e todos temos dentro de nós. E o homem do século XXI, também questionado vinte e quatro horas por dia pelas terríveis máquinas criadas para condicioná-lo, doutriná-lo e controlá-lo, sofre, quando constata que, ao fim de um dia, nada fez de produtivo. Alguns, mais criativos, procuram unir o útil ao agradável, “fazendo alguma coisa” ao mesmo tempo em que se dedicam a um falso e “ocupado” ócio. Mas ninguém se sente bem “ocioso”.
Até os pobres velhos aposentados, que já dedicaram décadas de sua vida ao exercício de uma atividade produtiva, sentem-se mal em serem “improdutivos” e muitos procuram uma atividade, não porque precisam, mas para escapar da depressão proveniente do fato de estarem atormentados por um torturante sentimento de culpa.
Diante de tudo isso, só existe uma cura para essa terrível doença que acomete o homem do século XXI: combater o sentimento de culpa e exercer o ócio em toda a sua plenitude. Ser ou estar ocioso é digno, bom e saudável! Como diz um trecho da Bíblia, há um tempo para tudo. Há o tempo de trabalhar e o tempo de descansar, folgar, dedicar-se ao lazer. Há sim o tempo para praticar a preguiça, a boa preguiça que alguns religiosos corruptos, regiamente recompensados pelos patrões da época, incluíram entre os sete pecados capitais, provavelmente no lugar de outro pecado como “intolerância religiosa”, “exploração do semelhante”, “sede de poder” ou coisa parecida.
Hoje, o significado doentio e negativo da palavra “ócio” impede que o homem do século XXI se “desrobotize” e pratique, sem nenhum “grilo” a atormentá-lo, o exercício da boa e saudável preguiça. Diante disso, só me resta aconselhar a você, caro leitor, que pratique o ócio sem culpa. E, de preferência, que pratique o ócio remunerado, aquele destituído de preocupações com dividas, sobrevivência, pensões alimentícias ou coisa que o valha. E, se alguém tentar incutir-lhe culpa por estar desocupado, simplesmente nada responda. Desligue seu cérebro, feche os olhos, relaxe, vire para o outro lado e finja estar dormindo. Quem sente falta, que vá trabalhar.
Luiz Lyrio – Professor Aposentado – Aracaju – SE – www.lyr.myblog.com.br
Rua Campo do Brito, 162 – Tels (79)3213 1351 / (79)8803 4136
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