sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
D.Helder
Nas imagens, de baixo para cima, os poemas manuscritos, que ele escreveu pela anistia, que era um homem enganjado e forte:
2)Em ilustrado de Caulos:
Longe de mim, Senhor
Julgar-me / melhor que ninguém... / Mas não te parece / que se alguém / não se deve crispar, / enrigecer-se, /
cobrir-se de arame ou de espinho / é quem recebeu de Ti / missão / de brancura e de paz!?...
Ilustração de Sizenando.
3)
Água por todos os lados...
Nem sombra de margem.../ Nem sombra de sombra de terra.../ Nem sombra de sombra de homens.../ A quem entregarei/ o ramo de oliveira/ que o Pai me encarrega / de entregar/ a quem o segure,/ e plante,/ e dêle cuide/ como a árvore de paz!?...
(Com ilustração de Ciça)
Sempre tive um verdadeiro fascínio por D.Helder Câmara, em pespecial na adolescência, contrariada com as vertes principescas do clero- na idade da contestação saber daquele homem pequenino, vestido com sua batina simples, no calor nordestino, a pregar sem palácios, encantava-me.Um parente disse-me que ele era da fampília de minha avó.Na verdade,a mãe do religioso é Pessoa e é Câmara:Adelaide Pessoa da Câmara.Vovó , muito idosa (mamãe era a caçula de seus dezenove filhos) , dizia queestava feiosa, assim qual D.helder.
Mas fui criada em minas e não o conheci pesoalmente.
Sempre lia seus poemas, e poetisa que sempre fui, encontrava nele similaridades com meus versos livres dos anos 60...
No centenário do chamado Santo Poeta, um poemário-das minhas prediletas, mas gosto de todas...Se é santo, o foi em vida;aquele que não temia o povo, o pó, a pobreza digna e lutava contra a miséria, comnbatendo o bíblico "Bom Combate".
BARREIRAS
Experimenta
através do vidro
e entenderás o horror
de estar ao lado da pessoa querida
e sentir entre os dois
barreiras de egoísmo.
>*>*<>*<>*<>*<*<
UM DOS MEUS ANSEIOS
de chegar ao Infinito
é a esperança
de que, ao menos lá,
as paralelas se encontrem!..
><*><*><*><*
NÃO TE IRRITES
se quem te procura,
se quem te vem falar
não consegue traduzir
o tumulto que traz consigo.
Mais importante
que escutar as palavras
é adivinhar as angústias,
sondar o mistério,
escutar o silêncio...
<>*<>*<>*<>
Era ele, quem decretava, com paciência e sabedoria:
Ótimo que a tua mão ajude o vôo...
Mas que ela jamais se atreva a tomar o lugar das asas...
D. Helder Câmara
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Meu avô poeta e jornalista:Luiz Máximo de Araújo
Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2009
Meu avô Poeta-Luiz Máximo de Araújo
No dia 02 de fevereiro, meu avô Luiz Máximo de Araújo, nasceu.Em Areias, na Paraíba.Filho de Francisco Máximo de Araújo e Contância.O pai era fazendeiro de fumo.Minha bisavó, de cabelos negros até aos pés sem cabelos grisalhos-no que lhe puxei-dizem que tinha gênio forte.Nisso, vovê puxou a ela, mas era muito alegre...Constãncia,chapéu na cabeça, montava em animária ajaezada em prata e saía, chicote na mão, para comandar a plantação de fumo.
Meu avô fez-se viajor, poeta, jornalista.Acho que era rebelde, pois não ficou na fazenda.Moreno bonitão, olhos enormes, participou da revolução de trinta e mamãe se lembrava dele com um lenço vermelho no pescoço, preso pela aliança de casamento. O lenço era sinal da Aliança Liberal.Participou da Revolução de 30.Quando partiu,mamãe ficou ao colo do padrinho, o depois vice-presidente Café Filho.
E eu era a neta predileta, filha de sua caçula de nomerosa prole:a décima nona, com nome santo:Terezinha do Menino Jesus da Silva.
Anos mais tarde, ela casa-se com outro filho da Paraíba:meu pai, Lourival Pessoa da Silva.Menina de quinze anos, grávida de mim , foi visitar os pais e soube que vovô estava "marcado para morrer".Gostava de verdade e justiça, além de Poesia e Política e mandara dizer que às tantas horas da tarde, num programa de rádio, iria denunciar alguém corrupto.
Ela chegou e soube.Então disse a vovó,que rezava agarrada a todos os santos, que iria assitir o discurso do pai querido.Fosse o pai morrer , queria estar perto dele.Pura coragem de adolescente.E depois de dizer toda a história pregressa do desafeto, meu avô perguntou bem alto, mostrando o peito:( segundo mamãe contava):
-Então, onde está o tiro que iriam me dar?Estou aqui.
Foi aplaudido pelas pessoas que andavam por ali, os correligionários,umas almas curiosas, outras temerosas, alguns espias e muitos amigos.Apontaram barriga de mamãe, onde eu nadava , argumento inconteste para que ele resolvesse ir para casa.Deve ser por isso, que não suporto injustiças.
Quando eu era bem pequena ele chamava:
-"Chegue aqui, Clevane"- o "e" aberto da pronúncia nordestina de meu nome raro.E começava a batucar versos metrificados, fazer-me repetí-los.Era trovador e repentista.Sonetista.Sentada ao colo dele, lembro ainda ,décadas depois,de um cordel que estava escrevendo e me fazia repetir, para sentir o rítmo:
"Caro povo brasileiro,
me prestem toda atenção
a história de um cavaleiro
que se passou no sertão.
Era um moço justiceiro,
pobre, de família honrada,
o seu pai ,também vaqueiro
de uma família abastada(...)"
Mocinha eu adorava ler os livros, jornais, impressos, que recebia de todo lado, de Uruguaina, RS (perguntei-lhe, "Vovô, o que uma china"?), de Jequié,Bahia (Rodolfo Cavalcanti, o cordelista),Antídio de Azevedo(RN) , Câmara Cascudo...Escondia de mim os dicionários de mitologia greco-romana, por causa das estátuas de nus (visão probida por vovó).Desdenhava versos livres, mas para isso, não liguei, pois, menina e adolescente, já comecei a ter derrames incontroláveis de frase poéticas livres.
Uma vez, levou-me para o interior da paraíba, para campina Grande, a fim de que eu escapasse do sarampo que meus ir,ãos sofríam.Não adiantou, eu já estava contaminada e el passou dias cuidando de mim , na rede, ardendo em febre.De retorno, ele contou a mamãe:"Eu ia saindo bem devagarzinho, pensando que ela dormia e ela chamava:Vovô vovô, e ele voltava, com o cheirinho delicioso de sua colônia pós barba.Quase não pude me encontar com os amigos" . E ria.Eu tinha uns três para quatro anos.
Lembro também de um longínquo carnaval, nessa mesma época, eu vestida de cigana e ele de calça branca de linho amassado, camiseta listrada, chapéu do Pananá.De mãos dadas com ele, a todo instante, eu pedia para sentar em algum degrau.Ele esperava apacientemente, falando-me de pierrôs, colombinas, arlequins, enquanto eu jogava confete nos brincantes.Ele cantava, ria, de vez em quando carregava-me ao colo.
Vovó era pudica, ele "moderno".Lembro-o, em Pouso Alegre, ele vendo ballet comigo na sala, pela Tv ainda em preto e branco-e ela chegar aflita,tirar a neta daquela indecência, "uns homens dançando com umas roupas tão apertadas ea botar as nãos no corpo das moças"...
No ano passado, recebi um caderno dele cheio de poemas e sonetos de amor-para a esposa,Theófila Theonila Câmara de Araújo ,para os netos,para os filhos e amigos, que vou digitar e publicar.
Em Pouso Alegre, onde residiu por uns tempos,fazia trovas para minhas amigas, para as amigas de mamãe, quando íamos vistá-lo no bairro da saúde, onde tinha uma pequena chácara.
Todos os dias ele eu fazíamos caminhadas e ele tinha a maior paciência comigo, que parava a todo instante para colher florezinhas, galhos e pedras, no que sou qual minha mãe.Dele herdei os olhos, o amor pelo jornalismo e a dádiva da Poesis circunscrita à vida.Sua antiga máquina box de fotografia, livros de poesia,o amor pela Justiça no Mundo.
Foi para outra dimensão aos 88 anos, ia discursar e dizer versos de aniversário para o amigo Lucena, na Câmara de vereadores de João Pessoa (ou na Assembléia Legislativa?Não lembro mais).Lúcido, forte e cheio de vida:um táxi colheu-lhe a vida...
Meu abraço espiritual para esse querido avô poeta(*)...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes.
(*)Pedi a meu filho que escaneie algumas fotos dele, para que as poste aqui.
88888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888
http://trovaspequenasnotaveis.blogspot.com
Pequenas Notáveis, gênese
Meu avô Luiz Máximo ,era jornalista e Poeta.Paraibano, da família Araújo,fazendeiro que cultivavam fumo.
Cedo, eu ouvia suas trovas.Ele era repentista e se via, por exemplo, uma mulher interessante, logo dizia trovas, sextilhas, fazia cordeis.Ensinou-me a metrificar de forma lúdica, então aos sete anos, eu já con feria para ele, o ritmo dos versos trovadorescos.
Há quase três anos, escrevi em meu blog de divulgação cultural (http://www.clevanepessoa.net/blog.php),que veio acoplado a meu "Site do escritor", feito pela Maximage(Patrick Flaner, do recanto das Letras), várias crônicas sobre o mundo trovadoresco e intitulei cada uma, numerando-as, de "Trovas, pequenas Notáveis"."pequyena Notável" era um epíteto dado à artista e cantora Carmen Miranda, a portuguesa que radicada no Brasil, foi depois levar a música brasileira aos estados Unidos, vestida de baiana estilizada, com grandes turbantes, balangandãs e berloques -e, por ser pequenina, usava saltos altíssimos de plataforma.Assim , homenageia-a ao sugerir que as trovas, quadras poéticas, podem valer muito.
Sei que intelectuais costumam franzir a testa para o mundo trovadoresco-por ser de rimas cruzadas e caber em forma pequena, a trova é de fácil memorização e , desde Portugal, muito usada popularmente para registrar o status quo,as ironias, o folclore,o lirismo...Mas fazer uma boa trova, não é assim fácil qual parece, embora, é evidente, há trovadores natos que as fazem sem obstáculos.Há a questão da métrica (são septissílabas, mas um verso ter 07 sílabas poéticas signmifica que a contagem termina na últuma sílaba tônica, o que atrapalaha os desavisados:contam "todas as sílabas'.Assím , a palavra pérola, se estiver em último lugar do v erso, será contada até ao "pé" apenas:
a amizade é qual a pé...
a a/mi/za/de é/qual/a/ pé(...)
E essa trova seria uma pérola mesmo, porque rimar com a palavra, céus, que tarefa, creio que impossível...Mas deixo aqui uma das minhas, completa, que faz parte da antologia "Trovadores do Brasil", de Aparício Fernandes-sobre quem escreverei depois, como exemplo:
O amor oculto floresce
qual rara flor, num penedo...
Perfume que remanesce
das delícias de um segredo...
Escrevi-a na adolescência e inspirei-me, creio, na edelweiss, flor que floresece na montanhas nevadas e,segundo a saudosa Margarida Bauer, mãe de minha amiga Renate,quando fomos assistir ,em Juiz de Fora, no Cine Teatro Central,a "Sissi, ou "Sissi a Imperatriz", um rapaz apaixonado escalaria e correria perigo, para apanhar uma edelweiss e entregar à amada.No filme "A Noviça Rebelde", Julie Andrews solta a voz privilegiada para cantar a canção para essa flor rara.
Então, a contagem é essa;
O a/mor/o/cul/to/flo/res...(ce)
qual/ra/ra/flor/num/pe/ne...(do)
per/fur/me/que/re/ma/nes...(ce)
das/de/lí/cias/de um/segre...(do)
Devem ter notado que quando vogais se encontram , formam uma única sílaba.apenas em casos de hiatos, conta-se em sepado---->>vi-ú-va
Lourivaldo Perez Baçan, fez um e-book que reúne minhas crônicas e relembranças sobre a trova:
AS PEQUENAS NOTÁVEIS - Memórias de uma trovadora Poesias 879 KB 17/04/06
Vc pode ler em
http://recantodasletras.uol.com.br/escrivaninha/ebooks/index.php
E também em Sokarinhos,E-books.
Down load gratuito.
Nos anos 60,a convite pessoal de Luiz Otávio, que foi à minha casa fazer o convite e pedir autorização a meus pais (velhos tempos!Eu já militava na imprensa de Juiz de Fora, MG),presidi a UBT/JF, que funcionava na sede do NUME(Núcleo Mineiro de Escritores).
A rosa vermelha é o símbolo dos trovadores.São Francisco de assis, seu protetor.O "Príncipe dos Trovadores Brasileiros", Luiz Otávio.
Ficha do e-book:
Título:
AS PEQUENAS NOTÁVEIS - Memórias de uma trovadora
Autor: clevane pessoa de araújo lopes
Formato: exe
Tamanho: 879 KB
Ano: 2006
Sinopse: "Clevane Pessoa fala de tudo isso e muito mais neste precioso e-book, em que chama a trova de 'pequena notável'..." (A. A. de Assis)
A.A.de Assis, premiadíssimo trovador,(reside em Maringá, PR) deu-me a honra de prefaciar "Trovas, Pequenas Notáveis".
No ano passado, abri o Jornal "Hoje em Dia, da capital mineira, que assino e li que uma palestrante ia falar sobre "Poesias Concretas, as pequenas notáveis".Na internet, tudo que se semai, dá frutos, embora nem sempre os poemas concretos sejam curtos!Sei, nada há de novo debaixo do sol eu própria fiz uma analogia,com Carmen Miranda, mas o viés foi de Música e Dança para trova.Também pode ser que a palaestrista apenas estivesse antenada com o Cosmos.Ou ,após ler alguma menção na Internet, a meu livro virtual, ele tem dido arquivado no inconsciente e tenha "saltado" quando precisou de um título.
Enfim...
Postado por clevane às 18:36 0 comentários
Meu avô Poeta-Luiz Máximo de Araújo
No dia 02 de fevereiro, meu avô Luiz Máximo de Araújo, nasceu.Em Areias, na Paraíba.Filho de Francisco Máximo de Araújo e Contância.O pai era fazendeiro de fumo.Minha bisavó, de cabelos negros até aos pés sem cabelos grisalhos-no que lhe puxei-dizem que tinha gênio forte.Nisso, vovê puxou a ela, mas era muito alegre...Constãncia,chapéu na cabeça, montava em animária ajaezada em prata e saía, chicote na mão, para comandar a plantação de fumo.
Meu avô fez-se viajor, poeta, jornalista.Acho que era rebelde, pois não ficou na fazenda.Moreno bonitão, olhos enormes, participou da revolução de trinta e mamãe se lembrava dele com um lenço vermelho no pescoço, preso pela aliança de casamento. O lenço era sinal da Aliança Liberal.Participou da Revolução de 30.Quando partiu,mamãe ficou ao colo do padrinho, o depois vice-presidente Café Filho.
E eu era a neta predileta, filha de sua caçula de nomerosa prole:a décima nona, com nome santo:Terezinha do Menino Jesus da Silva.
Anos mais tarde, ela casa-se com outro filho da Paraíba:meu pai, Lourival Pessoa da Silva.Menina de quinze anos, grávida de mim , foi visitar os pais e soube que vovô estava "marcado para morrer".Gostava de verdade e justiça, além de Poesia e Política e mandara dizer que às tantas horas da tarde, num programa de rádio, iria denunciar alguém corrupto.
Ela chegou e soube.Então disse a vovó,que rezava agarrada a todos os santos, que iria assitir o discurso do pai querido.Fosse o pai morrer , queria estar perto dele.Pura coragem de adolescente.E depois de dizer toda a história pregressa do desafeto, meu avô perguntou bem alto, mostrando o peito:( segundo mamãe contava):
-Então, onde está o tiro que iriam me dar?Estou aqui.
Foi aplaudido pelas pessoas que andavam por ali, os correligionários,umas almas curiosas, outras temerosas, alguns espias e muitos amigos.Apontaram barriga de mamãe, onde eu nadava , argumento inconteste para que ele resolvesse ir para casa.Deve ser por isso, que não suporto injustiças.
Quando eu era bem pequena ele chamava:
-"Chegue aqui, Clevane"- o "e" aberto da pronúncia nordestina de meu nome raro.E começava a batucar versos metrificados, fazer-me repetí-los.Era trovador e repentista.Sonetista.Sentada ao colo dele, lembro ainda ,décadas depois,de um cordel que estava escrevendo e me fazia repetir, para sentir o rítmo:
"Caro povo brasileiro,
me prestem toda atenção
a história de um cavaleiro
que se passou no sertão.
Era um moço justiceiro,
pobre, de família honrada,
o seu pai ,também vaqueiro
de uma família abastada(...)"
Mocinha eu adorava ler os livros, jornais, impressos, que recebia de todo lado, de Uruguaina, RS (perguntei-lhe, "Vovô, o que uma china"?), de Jequié,Bahia (Rodolfo Cavalcanti, o cordelista),Antídio de Azevedo(RN) , Câmara Cascudo...Escondia de mim os dicionários de mitologia greco-romana, por causa das estátuas de nus (visão probida por vovó).Desdenhava versos livres, mas para isso, não liguei, pois, menina e adolescente, já comecei a ter derrames incontroláveis de frase poéticas livres.
Uma vez, levou-me para o interior da paraíba, para campina Grande, a fim de que eu escapasse do sarampo que meus ir,ãos sofríam.Não adiantou, eu já estava contaminada e el passou dias cuidando de mim , na rede, ardendo em febre.De retorno, ele contou a mamãe:"Eu ia saindo bem devagarzinho, pensando que ela dormia e ela chamava:Vovô vovô, e ele voltava, com o cheirinho delicioso de sua colônia pós barba.Quase não pude me encontar com os amigos" . E ria.Eu tinha uns três para quatro anos.
Lembro também de um longínquo carnaval, nessa mesma época, eu vestida de cigana e ele de calça branca de linho amassado, camiseta listrada, chapéu do Pananá.De mãos dadas com ele, a todo instante, eu pedia para sentar em algum degrau.Ele esperava apacientemente, falando-me de pierrôs, colombinas, arlequins, enquanto eu jogava confete nos brincantes.Ele cantava, ria, de vez em quando carregava-me ao colo.
Vovó era pudica, ele "moderno".Lembro-o, em Pouso Alegre, ele vendo ballet comigo na sala, pela Tv ainda em preto e branco-e ela chegar aflita,tirar a neta daquela indecência, "uns homens dançando com umas roupas tão apertadas ea botar as nãos no corpo das moças"...
No ano passado, recebi um caderno dele cheio de poemas e sonetos de amor-para a esposa,Theófila Theonila Câmara de Araújo ,para os netos,para os filhos e amigos, que vou digitar e publicar.
Em Pouso Alegre, onde residiu por uns tempos,fazia trovas para minhas amigas, para as amigas de mamãe, quando íamos vistá-lo no bairro da saúde, onde tinha uma pequena chácara.
Todos os dias ele eu fazíamos caminhadas e ele tinha a maior paciência comigo, que parava a todo instante para colher florezinhas, galhos e pedras, no que sou qual minha mãe.Dele herdei os olhos, o amor pelo jornalismo e a dádiva da Poesis circunscrita à vida.Sua antiga máquina box de fotografia, livros de poesia,o amor pela Justiça no Mundo.
Foi para outra dimensão aos 88 anos, ia discursar e dizer versos de aniversário para o amigo Lucena, na Câmara de vereadores de João Pessoa (ou na Assembléia Legislativa?Não lembro mais).Lúcido, forte e cheio de vida:um táxi colheu-lhe a vida...
Meu abraço espiritual para esse querido avô poeta(*)...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes.
(*)Pedi a meu filho que escaneie algumas fotos dele, para que as poste aqui.
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http://trovaspequenasnotaveis.blogspot.com
Pequenas Notáveis, gênese
Meu avô Luiz Máximo ,era jornalista e Poeta.Paraibano, da família Araújo,fazendeiro que cultivavam fumo.
Cedo, eu ouvia suas trovas.Ele era repentista e se via, por exemplo, uma mulher interessante, logo dizia trovas, sextilhas, fazia cordeis.Ensinou-me a metrificar de forma lúdica, então aos sete anos, eu já con feria para ele, o ritmo dos versos trovadorescos.
Há quase três anos, escrevi em meu blog de divulgação cultural (http://www.clevanepessoa.net/blog.php),que veio acoplado a meu "Site do escritor", feito pela Maximage(Patrick Flaner, do recanto das Letras), várias crônicas sobre o mundo trovadoresco e intitulei cada uma, numerando-as, de "Trovas, pequenas Notáveis"."pequyena Notável" era um epíteto dado à artista e cantora Carmen Miranda, a portuguesa que radicada no Brasil, foi depois levar a música brasileira aos estados Unidos, vestida de baiana estilizada, com grandes turbantes, balangandãs e berloques -e, por ser pequenina, usava saltos altíssimos de plataforma.Assim , homenageia-a ao sugerir que as trovas, quadras poéticas, podem valer muito.
Sei que intelectuais costumam franzir a testa para o mundo trovadoresco-por ser de rimas cruzadas e caber em forma pequena, a trova é de fácil memorização e , desde Portugal, muito usada popularmente para registrar o status quo,as ironias, o folclore,o lirismo...Mas fazer uma boa trova, não é assim fácil qual parece, embora, é evidente, há trovadores natos que as fazem sem obstáculos.Há a questão da métrica (são septissílabas, mas um verso ter 07 sílabas poéticas signmifica que a contagem termina na últuma sílaba tônica, o que atrapalaha os desavisados:contam "todas as sílabas'.Assím , a palavra pérola, se estiver em último lugar do v erso, será contada até ao "pé" apenas:
a amizade é qual a pé...
a a/mi/za/de é/qual/a/ pé(...)
E essa trova seria uma pérola mesmo, porque rimar com a palavra, céus, que tarefa, creio que impossível...Mas deixo aqui uma das minhas, completa, que faz parte da antologia "Trovadores do Brasil", de Aparício Fernandes-sobre quem escreverei depois, como exemplo:
O amor oculto floresce
qual rara flor, num penedo...
Perfume que remanesce
das delícias de um segredo...
Escrevi-a na adolescência e inspirei-me, creio, na edelweiss, flor que floresece na montanhas nevadas e,segundo a saudosa Margarida Bauer, mãe de minha amiga Renate,quando fomos assistir ,em Juiz de Fora, no Cine Teatro Central,a "Sissi, ou "Sissi a Imperatriz", um rapaz apaixonado escalaria e correria perigo, para apanhar uma edelweiss e entregar à amada.No filme "A Noviça Rebelde", Julie Andrews solta a voz privilegiada para cantar a canção para essa flor rara.
Então, a contagem é essa;
O a/mor/o/cul/to/flo/res...(ce)
qual/ra/ra/flor/num/pe/ne...(do)
per/fur/me/que/re/ma/nes...(ce)
das/de/lí/cias/de um/segre...(do)
Devem ter notado que quando vogais se encontram , formam uma única sílaba.apenas em casos de hiatos, conta-se em sepado---->>vi-ú-va
Lourivaldo Perez Baçan, fez um e-book que reúne minhas crônicas e relembranças sobre a trova:
AS PEQUENAS NOTÁVEIS - Memórias de uma trovadora Poesias 879 KB 17/04/06
Vc pode ler em
http://recantodasletras.uol.com.br/escrivaninha/ebooks/index.php
E também em Sokarinhos,E-books.
Down load gratuito.
Nos anos 60,a convite pessoal de Luiz Otávio, que foi à minha casa fazer o convite e pedir autorização a meus pais (velhos tempos!Eu já militava na imprensa de Juiz de Fora, MG),presidi a UBT/JF, que funcionava na sede do NUME(Núcleo Mineiro de Escritores).
A rosa vermelha é o símbolo dos trovadores.São Francisco de assis, seu protetor.O "Príncipe dos Trovadores Brasileiros", Luiz Otávio.
Ficha do e-book:
Título:
AS PEQUENAS NOTÁVEIS - Memórias de uma trovadora
Autor: clevane pessoa de araújo lopes
Formato: exe
Tamanho: 879 KB
Ano: 2006
Sinopse: "Clevane Pessoa fala de tudo isso e muito mais neste precioso e-book, em que chama a trova de 'pequena notável'..." (A. A. de Assis)
A.A.de Assis, premiadíssimo trovador,(reside em Maringá, PR) deu-me a honra de prefaciar "Trovas, Pequenas Notáveis".
No ano passado, abri o Jornal "Hoje em Dia, da capital mineira, que assino e li que uma palestrante ia falar sobre "Poesias Concretas, as pequenas notáveis".Na internet, tudo que se semai, dá frutos, embora nem sempre os poemas concretos sejam curtos!Sei, nada há de novo debaixo do sol eu própria fiz uma analogia,com Carmen Miranda, mas o viés foi de Música e Dança para trova.Também pode ser que a palaestrista apenas estivesse antenada com o Cosmos.Ou ,após ler alguma menção na Internet, a meu livro virtual, ele tem dido arquivado no inconsciente e tenha "saltado" quando precisou de um título.
Enfim...
Postado por clevane às 18:36 0 comentários
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